China pede que os EUA sejam colaboradores construtivos, não spoilers irracionais

Beijing, 18 fev (Xinhua) -- A China pediu que os Estados Unidos vejam de forma objetiva e justa as empresas chinesas e a cooperação comercial China-EUA, e que sejam um colaborador construtivo, e não um spoiler irracional, disse nesta terça-feira Geng Shuang, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China.

De acordo com a imprensa, o governo norte-americano estaria considerando uma proposta para interromper as entregas de motores de jato coproduzidos pela General Electric Company (GE) para o avião COMAC C919, que está em desenvolvimento na China, com a preocupação de que os chineses possam fazer engenharia reversa dos motores, o que prejudicará os interesses comerciais dos EUA.

"Notamos esssa reportagem, que também afirma que a GE está argumentando contra a possível ação do governo dos EUA, dizendo que é muito mais difícil do que algumas autoridades governamentais imaginam para imitar as técnicas avançadas de fabricação que produziram o motor", ressaltou Geng em uma coletiva de imprensa online. O funcionário acrescentou que a companhia norte-americana também argumentou que os motores estão em funcionamento na China há anos, o que significa que não há razão para a China esperar até agora para iniciar a engenharia reversa, se quisesse.

Se o conteúdo da reportagem for verdadeiro, isso indica que os americanos nos setores industriais parecem ter mais senso comum e ser mais sensatos e propensos a dizer a verdade do que certos funcionários do governo dos EUA, apontou o porta-voz.

"Essas autoridades ignoram a ciência e a tecnologia e o princípio do mercado, e também estão preocupadas com o desenvolvimento da China", afirmou Geng. "Será outro exemplo dos EUA usarem meios políticos para minar sua cooperação comercial bilateral com a China e oprimir arbitrariamente as empresas chinesas".

As recentes medidas dos EUA prejudicam não apenas os interesses das empresas chinesas, mas também os das empresas americanas a longo prazo, alertou Geng. "O pior é que isso atrapalhará seriamente o intercâmbio e a cooperação bilateral e até global na área de ciência, tecnologia e comércio".