ABP, maior fundo de pensão holandês, para de investir em ativos de combustíveis fósseis

Haia, 26 out (Xinhua) - O ABP, maior fundo de pensão da Holanda, afirmou na terça-feira que vai parar de investir em produtores de combustíveis fósseis como petróleo, gás e carvão.

A empresa afirmou que o motivo da decisão está em relatórios publicados recentemente pela Agência Internacional de Energia (AIE) e pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas (IPCC).

Desde 2015, o ABP baseia sua política climática nas percepções do IPCC, cujo último relatório alertou que ações mais firmes são necessárias para combater o aquecimento global.

"Queremos contribuir para minimizar o aquecimento global para 1,5 graus Celsius", disse a presidente do Conselho do ABP, Corien Wortmann, em um comunicado à imprensa.

"Deixamos nossos investimentos em produtores de combustíveis fósseis porque não vemos oportunidade suficiente para que nós, como acionistas, pressionemos pela aceleração necessária e significativa da transição energética dessas empresas", disse ela.

"Sempre que possível, pretendemos aumentar nossos investimentos em energia renovável, já mais de quatro bilhões de euros, e nosso envolvimento em soluções inteligentes para a transição energética", acrescentou Wortmann.

O ABP, que tem cerca de três milhões de clientes na Holanda, afirmou que vai se desfazer dos produtores de combustíveis fósseis em fases.

É esperado que a maior parte de seus investimentos seja vendida no primeiro trimestre de 2023. Isso envolve mais de 15 bilhões de euros (17,4 bilhões de dólares americanos) em ativos, equivalente a quase três por cento dos ativos totais do ABP. O fundo não espera que a decisão tenha um impacto negativo nos retornos de longo prazo.