Rio de Janeiro, 27 dez (Xinhua) -- O Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil, decretou neste sábado a prisão domiciliar de 10 ex-funcionários ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro, condenados por envolvimento na tentativa de golpe de 2022. Eles estavam em liberdade enquanto aguardavam a sentença.
A decisão foi tomada pelo ministro Alexandre de Moraes após a tentativa de fuga de Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Segundo o juiz brasileiro, esse grupo de indivíduos poderia planejar uma fuga semelhante à realizada por Vasques, preso na sexta-feira passada no aeroporto de Assunção, no Paraguai, portando um passaporte falso, enquanto tentava embarcar para El Salvador.
Após sua prisão, o ex-chefe de polícia, condenado a 24 anos e 6 meses de prisão por usar sua posição para planejar um golpe de Estado em 2022, foi deportado do Paraguai e transferido este sábado para Brasília, onde está preso no Complexo Penitenciário da Papuda, dentro do 19º Batalhão da Polícia Militar, conhecido como "Papudinha". A unidade é usada para detenção de policiais, militares e outras autoridades.
Em sua sentença, Alexandre de Moraes citou um "risco bem fundamentado" de fuga, mencionando tanto a tentativa de fuga de Vasques quanto a saída do país do ex-deputado federal Alexandre Ramagem, outro réu no mesmo caso, que está foragido nos Estados Unidos e que chefiou os serviços de inteligência do governo durante a administração Bolsonaro (2019-2022).
Entre os condenados à prisão domiciliar estão Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro para assuntos internacionais, ex-funcionários do Ministério da Justiça e militares da reserva e da ativa.
Todos devem usar tornozeleiras eletrônicas e cumprir restrições rigorosas, incluindo a entrega de seus passaportes, a suspensão de licenças para porte de armas, a limitação de visitas, a proibição do uso de redes sociais e a proibição de contato com outros réus.
A Polícia Federal não encontrou Carlos Cesar Moretzsohn Rocha no endereço que o presidente do Instituto Voto Legal informou à Justiça e ele passou a ser considerado foragido. Também não encontrado, Guilherme Marques Almeida já informou às autoridades que estava em outro estado mas estava se dirigindo a sua residência para cumprir a prisão domiciliar.

