
Ashraf Al Ghazzawi, vice-presidente-executivo de Estratégia e Desenvolvimento Corporativo da Saudi Aramco, dá entrevista à Xinhua em Dhahran, Arábia Saudita, em 17 de dezembro de 2025. (Xinhua/Wang Haizhou)
Riad, 25 dez (Xinhua) -- A China é "um mercado muito importante e central" e um "parceiro estratégico" de longo prazo da Saudi Aramco, disse recentemente um executivo da gigante petrolífera saudita, expressando otimismo em relação à economia chinesa e seu desenvolvimento futuro.
"É um país muito importante. Temos perspectivas e visões positivas sobre a economia chinesa e seu futuro", disse Ashraf Al Ghazzawi, vice-presidente-executivo de estratégia e desenvolvimento corporativo da Saudi Aramco.
Desde a entrega de seu primeiro carregamento de petróleo bruto à China em 1991, a Saudi Aramco mantém laços de cooperação com o país há mais de três décadas. A China não é só um importante destino de exportação de petróleo bruto, mas também um parceiro fundamental em diversas áreas, disse Al Ghazzawi.
"A China é um parceiro central muito importante para nossa estratégia de transformação de líquidos em produtos químicos", disse ele, acrescentando que a maior parte dos investimentos da empresa no exterior nessa área foi realizada em parceria com empresas chinesas.

Funcionário supervisiona instalação de torre de refinador de um complexo de aromáticos no canteiro de obras de um projeto de produtos químicos finos e matérias-primas da Huajin Aramco Petrochemical Company (HAPCO) em Panjin, província de Liaoning, nordeste da China, em 26 de fevereiro de 2025. (Xinhua/Pan Yulong)
Um exemplo é a Fujian Sinopec Aramco Refining and Petrochemical Co., Ltd., a quinta joint venture entre a Aramco e a Sinopec. O projeto supervisionará a construção e a operação de um complexo integrado de refino e petroquímica, com uma unidade de refino de petróleo bruto de 16 milhões de toneladas por ano, uma unidade de etileno de 1,5 milhão de toneladas por ano, uma capacidade de paraxileno e derivados de 2 milhões de toneladas por ano e um terminal de petróleo bruto com capacidade de 300.000 toneladas.
Al Ghazzawi disse que a parceria vai além da energia, abrangendo cooperação na cadeia de suprimentos, tecnologia e inovação. Ele citou a colaboração da Aramco com a chinesa Baosteel para localizar a fabricação de chapas de aço na Arábia Saudita. Ele também observou que a Aramco mantém duas equipes de pesquisa e desenvolvimento no exterior, na China, e que sua maior equipe de capital de risco na Ásia também está sediada lá.
A Saudi Aramco está buscando ainda mais a cooperação internacional em inteligência artificial (IA), disse Al Ghazzawi, acrescentando que a empresa quer firmar parcerias e desenvolver tecnologias baseadas em IA com todos os países que têm vantagem competitiva e posição de liderança.
Ele acrescentou que a Aramco já usou IA para otimizar o desenvolvimento de campos de petróleo e gás, aproveitando dados sísmicos e de exploração históricos, gerando insights operacionais em tempo real para reduzir custos e emissões e prevendo falhas de equipamentos.

Foto tirada em 28 de junho de 2021 mostra parque industrial da gigante petrolífera saudita Aramco em Dammam, Arábia Saudita. (Xinhua/Hu Guan)
Em relação à demanda global de energia, Al Ghazzawi observou que, embora o mundo esteja passando por uma transição para uma economia de baixo carbono, a demanda geral por petróleo continua aumentando de forma constante, e a demanda por gás e produtos petroquímicos também está crescendo.
"O gás também foi reconhecido como um combustível de longo prazo. Ele não é mais visto como um combustível de transição ou de ponte", disse Al Ghazzawi. A Saudi Aramco considera o gás parte de sua estratégia energética de longo prazo e está expandindo ativamente sua capacidade de produção de gás natural, visando um crescimento de aproximadamente 80% na capacidade de produção de gás comercial entre 2021 e 2030.
Ele acrescentou que a Aramco também investe em energia renovável, juntamente com a ACWA Power e o Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita. Espera-se que a Aramco seja responsável por cerca de 20% da capacidade de energia renovável do reino até 2030.


