Chanceler brasileiro afirma que "tudo o que era possível já foi negociado" em relação ao acordo Mercosul-UE-Xinhua

Chanceler brasileiro afirma que "tudo o que era possível já foi negociado" em relação ao acordo Mercosul-UE

2025-12-19 12:23:45丨portuguese.xinhuanet.com

Rio de Janeiro, 18 dez (Xinhua) -- O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, afirmou nesta quinta-feira que "tudo o que era possível já foi negociado" em relação ao acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia.

Vieira reafirmou a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, feita na quarta-feira, de que esta é a última "janela de oportunidade" para finalizar o acordo, que está em negociação há 26 anos.

O governo brasileiro, que lidera as negociações, aguarda uma decisão do Conselho Europeu sobre o futuro da aliança. O Brasil esperava assinar o acordo na 67ª Cúpula do Mercosul, neste sábado, na cidade de Foz do Iguaçu, no sul do país.

Em entrevista ao programa "Bom Dia, Ministro", da emissora estatal TV Brasil, nesta quinta-feira, Vieira disse que existem outras alternativas caso os europeus não assinem o acordo.

"Se não conseguirmos a assinatura agora, há uma longa lista de outros países, grandes economias, partes interessadas, e teremos que começar a negociar com eles. Nossa equipe de negociação se concentrará em outras áreas. Tudo o que podia ser negociado já foi feito", afirmou.

O presidente francês, Emmanuel Macron, se opõe ao acordo devido à pressão do setor agrícola francês. Dois dias atrás, a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, ecoou a posição francesa, dizendo que finalizar o acordo nos próximos dias seria "prematuro".

Caso Itália e França desistam, o acordo se tornará inviável, pois países contrários que representem mais de 35% da população da UE podem bloquear sua aprovação.

"O presidente Lula disse ontem que a janela de oportunidade é agora. Se não for agora, o próximo ano será difícil. Não apenas por causa do Brasil e da campanha eleitoral, mas também por causa das mudanças econômicas e comerciais, com diferentes marcos e acordos sendo assinados", observou Vieira.

"Tenho a impressão de que todos levarão em consideração a importância deste acordo. Os países da UE são grandes exportadores, especialmente de produtos manufaturados. Eles têm muito a ganhar", acrescentou.

Vieira enfatizou que, se um consenso for alcançado, será o maior acordo comercial do mundo, com um total de 720 milhões de habitantes em ambas as regiões e um PIB combinado de US$ 22 trilhões.

"Não é pouca coisa. A UE é o segundo maior parceiro comercial do Brasil (atrás da China) e é um parceiro muito importante", afirmou.

O pacto busca reduzir tarifas e facilitar o comércio de bens e serviços, além de incluir compromissos em propriedade intelectual, compras públicas e sustentabilidade ambiental. O Parlamento Europeu aprovou na terça-feira um mecanismo de salvaguarda que endurece as regras sobre as importações agrícolas do Mercosul. O texto estipula que a UE pode suspender temporariamente as preferências tarifárias se as importações prejudicarem os produtores europeus.

A Comissão Europeia será obrigada a abrir investigações sobre a necessidade de medidas protecionistas caso as importações de produtos sensíveis, como carne bovina ou de aves, aumentem 5% em relação à média dos últimos três anos. Na proposta original, o limite era de 10%.

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