Beijing, 8 dez (Xinhua) -- Um navio carregando 200 mil toneladas de minério de ferro de alta qualidade partiu na terça-feira do porto de Maretapa, na Guiné, com destino à China, marcando a primeira carga do projeto Simandou e a entrada em operação comercial de um dos mais importantes depósitos de ferro não explorados do mundo.
A embarcação, que zarpou às 17h30 (horário local), simboliza a plena ativação da cadeia industrial integrada do Simandou, abrangendo mineração, ferrovia, porto e transporte marítimo, segundo a Aluminum Corporation of China (Chinalco), principal desenvolvedora do projeto.
Localizado na Província de Bela, no sudeste da Guiné, o Simandou possui mais de 4 bilhões de toneladas de reservas com teor médio de ferro acima de 65%, sendo um dos maiores depósitos de hematita de maior teor do mundo. A mina é dividida em dois blocos: a seção sul, desenvolvida pela Chinalco e Rio Tinto, e a seção norte, gerida pelo Grupo Baowu e Winning Consortium.
Como um projeto emblemático da Iniciativa Cinturão e Rota, a empresa chinesa Chinalco estabeleceu em março um grupo de trabalho de alto nível para coordenar as remessas e criou cinco grupos de trabalho especializados que abrangem coordenação abrangente, despacho no local e logística, permitindo que as equipes domésticas e internacionais resolvam desafios críticos de construção e comissionamento envolvendo minas, ferrovias e portos.
Segundo o plano de implementação em fases, o Simandou deve atingir uma capacidade anual de produção de 120 milhões de toneladas a partir dos dois blocos. Quando entrar na operação total, a Guiné poderá se tornar o terceiro maior fornecedor de minério de ferro, após a Austrália e o Brasil.
O projeto também conta com participação significativa de empresas chinesas, que contribuem com engenharia, equipamentos e suporte técnico. A Chinalco afirmou que visa transformar Simandou em uma referência de desenvolvimento de recursos de classe mundial.

