Tulipas são vistas no Festival das Tulipas 2024 em Amsterdã, Holanda, em 10 de abril de 2024. (Foto por Sylvia Lederer/Xinhua)

Para empresas holandesas e europeias, a cooperação com a China impulsionada pela inovação é essencial para manter um papel significativo na economia global, disse o presidente do Conselho Empresarial Holanda-China.

Haia, 6 dez (Xinhua) -- A China e a Holanda devem fortalecer a colaboração em iniciativas de inovação conjunta em setores industriais-chave para elevar os laços econômicos bilaterais a um novo patamar, disse Jochum Haakma, presidente do Conselho Empresarial Holanda-China.

Em entrevista recente à Xinhua no roadshow de Amsterdã da 4ª edição da Exposição Internacional da Cadeia de Suprimentos da China, Haakma enfatizou que a China continua sendo um parceiro vital para a Holanda e a Europa, não apenas por seu vasto mercado, mas também por sua crescente força em inovação, tecnologia e modernização industrial.

"Muitas empresas europeias, incluindo as holandesas, estão na China não apenas para vender produtos, mas para inovar conjuntamente e se tornar parte de um ecossistema global compartilhado", disse Haakma, que atuou como diretor-geral da Agência Holandesa de Investimento Estrangeiro de 2006 a 2007.

"Você pode ver uma pequena startup ou scale-up começar na Holanda, enquanto o desenvolvimento e a implementação em larga escala provavelmente ocorrem na China, porque as coisas acontecem mais rápido lá", explicou ele.

Agricultora holandesa trabalha em uma estufa da fazenda de tulipas Triflor, na Holanda, em 4 de novembro de 2019. (Xinhua/Lin Liping)

Segundo Haakma, setores como o farmacêutico, o de inteligência artificial e o de baterias oferecem perspectivas particularmente promissoras para a inovação conjunta entre empresas chinesas e holandesas, oportunidades essas apoiadas pela estratégia de desenvolvimento da China.

Na sexta-feira, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, disse em uma coletiva de imprensa que a China há muito tempo considera a ciência e a tecnologia como sua principal força produtiva. "A inovação chinesa é aberta e de código aberto, e o país está disposto a compartilhar tecnologias e cenários de inovação nacionais com o mundo", disse Lin.

Haakma vê um enorme potencial na abertura da China. "Com o apoio do governo e um forte engajamento da indústria, acredito que a inovação conjunta nesses setores pode dar muito certo", disse ele.

Embora tenha expressado confiança na futura cooperação, Haakma também apontou desafios, incluindo mudanças geopolíticas, cadeias de suprimentos instáveis ​​e crescentes tensões comerciais. Essas incertezas globais, disse ele, tornam os negócios internacionais mais complexos, reforçando a necessidade de colaboração.

Mulher é vista em um estacionamento de bicicletas na Estação Central de Amsterdã, na Holanda, em 3 de fevereiro de 2023. O estacionamento, recém-inaugurado, tem espaço para cerca de 7.000 bicicletas. (Foto por Sylvia Lederer/Xinhua)

"A resposta adequada à pressão global não é o isolamento, mas sim a inovação, a qualidade e a cooperação resiliente", disse Haakma, que também preside o Conselho Empresarial UE-China em Bruxelas. "Nossas economias devem permanecer competitivas e conectadas. A Holanda é totalmente dependente do resto do mundo, portanto, não podemos nos dar ao luxo de sermos fechados ou protecionistas".

A cooperação econômica sino-holandesa se expandiu rapidamente desde o estabelecimento de relações diplomáticas há mais de 50 anos. Segundo o Ministério do Comércio da China, o comércio bilateral atingiu 110 bilhões de dólares americanos em 2024. A Holanda é o segundo maior parceiro comercial da China dentro da União Europeia, enquanto a China continua sendo o maior parceiro comercial da Holanda fora do bloco. A Holanda também é o principal destino de investimentos chineses na UE e a segunda maior fonte de investimentos da UE.

"A Holanda e a China precisam um do outro e são profundamente interdependentes", enfatizou Haakma.

Artistas realizam dança do dragão para celebrar a Festa da Primavera Chinesa na prefeitura de Haia, Holanda, em 17 de fevereiro de 2018. Chineses e holandeses celebraram o Ano Novo Lunar Chinês em Haia no sábado. (Xinhua/Sylvia Lederer)

Elogiando o rápido e qualificado desenvolvimento da China nas últimas duas décadas, Haakma observou que a China transformou sua base industrial de "produção em massa de baixo custo para manufatura de ponta e tecnologicamente avançada, e emergiu como líder global na economia verde".

"Isso é uma lição importante para a Europa e para a Holanda sobre o valor de uma visão clara e de longo prazo’, disse ele, acrescentando que tanto as empresas holandesas como as europeias procuram exatamente esse tipo de orientação estratégica.

Para as empresas holandesas e europeias, concluiu ele, a cooperação com a China, impulsionada pela inovação, não é apenas desejável, mas essencial para manter um papel significativo na economia global.