Brasília, 20 nov (Xinhua) -- O Superior Tribunal Militar (STM) do Brasil encerrou recentemente um processo judicial contra nove cidadãos chineses presos, torturados e posteriormente expulsos do Brasil durante a ditadura militar instaurada em 1964.
Os nove chineses chegaram ao Brasil entre 1961 e 1964, a convite do então presidente João Goulart, para atuar em missões comerciais. Entretanto, após o golpe de 31 de março de 1964, o grupo tornou-se alvo de suspeitas e foi detido sob a acusação infundada de conspiração e espionagem.
Em setembro de 1964, os chineses, dois deles jornalistas da Agência de Notícias Xinhua, foram condenados a dez anos de prisão, sendo posteriormente expulsos do Brasil, onde permanecem proibidos de entrar até os dias atuais. Durante a prisão, foram submetidos à tortura e tiveram bens e valores confiscados.
Recentemente, a Comissão de Anistia do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania concedeu reparação coletiva aos nove chineses, reconhecendo oficialmente o caráter político da perseguição sofrida e recomendando medidas reparatórias e diplomáticas. A anulação da ação penal pelo STM encerra simbolicamente um dos capítulos mais sombrios da história das relações Brasil-China, além de representar um gesto relevante para o fortalecimento dos laços bilaterais.

