Belém, Brasil, 19 nov (Xinhua) -- A ministra brasileira do Meio Ambiente e Mudanças do Clima, Marina Silva, pediu nesta terça-feira, durante o nono dia da 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), uma transição justa e instou os participantes a aprovarem indicadores globais de adaptação na COP30.
Em seu discurso durante o segmento de alto nível, ela afirmou que o encontro em Belém "impõe uma responsabilidade maior", enfatizando que "as decisões tomadas aqui devem ser proporcionais à urgência climática e à grandeza do território que nos acolhe".
Marina Silva alertou que a emergência climática "já está transformando vidas, economias e ecossistemas" e argumentou que a adaptação deve estar no centro da resposta global.
Ela destacou que a proteção das populações mais vulneráveis exige "instrumentos concretos para mensurar o progresso, orientar políticas e reduzir vulnerabilidades". Portanto, afirmou que é "essencial que a COP30 termine com os indicadores globais de adaptação finalmente aprovados".
A ministra também defendeu "ação rápida, ambição reforçada e implementação acelerada de nossas NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas)".
Marina Silva reiterou o princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas, enfatizando que "os países desenvolvidos, com maior responsabilidade histórica e mais recursos, devem agir mais e mais rapidamente".
Ao mesmo tempo, observou que os países em desenvolvimento também devem se comprometer, "com acesso efetivo aos meios de implementação", garantindo a coerência com seus objetivos de desenvolvimento sustentável.
A ministra definiu esse equilíbrio como o cerne de uma transição justa: "proteger as pessoas, fortalecer a resiliência e orientar as decisões com base na ciência - tanto na ciência moderna quanto no conhecimento dos povos indígenas".
Citando o discurso de abertura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ministra enfatizou: "Precisamos de roteiros para reverter de forma justa e sistemática o desmatamento e superar progressivamente nossa dependência de combustíveis fósseis, mobilizando os recursos necessários".
Marina também defendeu um diálogo estruturado entre os países produtores e consumidores de combustíveis fósseis para elaborar estratégias de longo prazo que garantam emprego, segurança energética e financiamento para a transição.
Paralelamente à descarbonização, ela defendeu o progresso nos "Roteiros para Acabar com o Desmatamento", elaborados por cada país, com "cooperação, financiamento e pleno respeito aos povos indígenas e comunidades locais".

