Entrevista: Colaboração com parceiros do Sul Global permite que a África tenha melhor representação no cenário mundial, diz autoridade da UA-Xinhua

Entrevista: Colaboração com parceiros do Sul Global permite que a África tenha melhor representação no cenário mundial, diz autoridade da UA

2025-11-19 13:16:23丨portuguese.xinhuanet.com

Leslie Richer, diretora de informação e comunicação da União Africana (UA), discursa na Conferência de Parceria China-África do Fórum de Mídia e Think Tanks do Sul Global, em Joanesburgo, África do Sul, em 13 de novembro de 2025. (Xinhua/Han Xu)

Por meio da colaboração com a China e outros parceiros do Sul Global, a África agora pode usar plataformas multilaterais como o Grupo dos Vinte (G20) para garantir que suas vozes sejam ouvidas e seus interesses sejam claramente compreendidos, disse Leslie Richer, diretora de informação e comunicação da União Africana (UA).

Joanesburgo, 17 nov (Xinhua) -- Por meio da colaboração com a China e outros parceiros do Sul Global, a África agora pode usar plataformas multilaterais como o Grupo dos Vinte (G20) para garantir que suas vozes sejam ouvidas e seus interesses sejam claramente compreendidos, disse Leslie Richer, diretora de informação e comunicação da União Africana (UA).

Ela fez essas declarações em entrevista à Xinhua à margem da Conferência de Parceria China-África do Fórum de Mídia e Think Tanks do Sul Global, realizada em Johanesburgo, África do Sul, nos dias 13 e 14 de novembro.

MÍDIA E THINK TANKS DESEMPENHAM PAPEL IMPORTANTE

Na colaboração entre nações africanas e outros países do Sul Global, a mídia desempenha um papel importante para garantir o entendimento entre os povos, enquanto os think tanks podem servir como base para discussões políticas, principalmente entre a África e a China, disse a representante da UA.

Quando a mídia e os think tanks se unem, uma força dinâmica pode ser alcançada para reunir pessoas da pesquisa, da academia e da mídia, além de formuladores de políticas, para "promover a compreensão do que queremos fazer em termos de desenvolvimento", observou Richer.

Ela disse que a Conferência de Parceria China-África do Fórum de Mídia e Think Tanks do Sul Global, organizada em conjunto pela Agência de Notícias Xinhua, pela UA e pela Mídia Independente da África do Sul, entre outros parceiros, ocorreu em um momento essencial em meio a um cenário global em transformação.

A ordem global está em transição, com centros de atividade econômica emergindo em todo o Sul Global, e as demandas por uma representação mais justa em relação ao desenvolvimento e à governança global, que reflitam as realidades do século 21, estão se tornando cada vez mais fortes, de acordo com a representante da UA.

Foto tirada em 13 de novembro de 2025 mostra momento da Conferência de Parceria China-África do Fórum de Mídia e Think Tanks do Sul Global em Joanesburgo, África do Sul. (Xinhua/Han Xu)

Na opinião dela, as narrativas que circulam globalmente sobre os países e povos africanos são frequentemente moldadas em outros lugares, filtradas por lentes que não refletem as realidades do continente. Essas narrativas podem distorcer a compreensão e limitar o potencial para uma parceria genuína.

"O Sul Global deve ser parceiro não apenas no comércio, infraestrutura e diplomacia, mas também na narrativa. Devemos promover narrativas equilibradas que reflitam a dignidade, a diversidade e o dinamismo de nossos povos por meio de intercâmbios interpessoais e institucionais, para que o aprendizado flua em ambas as direções e aproxime nossas sociedades", observou Richer.

O SUL GLOBAL DEVE SER MELHOR REPRESENTADO E OUVIDO

A Cúpula de Líderes do G20 está marcada para os dias 22 e 23 de novembro em Joanesburgo. A UA foi convidada a integrar o G20 em setembro de 2023. A China foi o primeiro país a expressar explicitamente seu apoio à adesão da UA ao G20, o que está em consonância com seu apoio à UA para que desempenhe um papel mais relevante na governança global.

Richer destacou que a inclusão da África no G20 por meio da UA não é apenas simbólica, mas também importante para garantir que a África tenha uma melhor representação no cenário multilateral atual. Além do G20, outros mecanismos de colaboração, incluindo o Fórum de Cooperação China-África, permitem que a África tenha sua voz ouvida no cenário internacional.

"Agora estamos realmente presentes nas reuniões, mas não se trata apenas disso. Trata-se de influenciar as decisões que estão sendo tomadas no âmbito do G20", enfatizou a representante da UA.

Leslie Richer, diretora de informação e comunicação da União Africana (UA), fala durante entrevista à Xinhua à margem da Conferência de Parceria China-África do Fórum de Mídia e Think Tanks do Sul Global em Joanesburgo, África do Sul, em 13 de novembro de 2025. (Xinhua/Han Xu)

Por meio da colaboração com a China e outros parceiros do Sul Global, agora a África pode começar a usar essas plataformas multilaterais para garantir que suas vozes sejam ouvidas e que seus interesses sejam claramente compreendidos, disse ela.

Isso ajuda a fortalecer a representação do Sul Global em espaços multilaterais, segundo ela.

Defendendo a reforma da governança global, ela disse que a maioria das instituições internacionais foi estabelecida em uma época em que muitos países do Sul Global não eram independentes. "E mesmo quando conquistaram a independência, não estavam adequadamente representados nessas estruturas de governança".

Analisando diversas instituições financeiras globais, ela observou que suas regras de governança não são concebidas para favorecer os países em desenvolvimento, mas, na verdade, impedem seu desenvolvimento porque "não foram elaboradas pensando em nossos interesses".

Richer defendeu a construção de um mundo mais inclusivo, igualitário e pacífico, onde o desenvolvimento seja um direito, e não um privilégio. Os destinos das nações não devem ser determinados pela desigualdade histórica, mas sim pela cooperação e pelo progresso compartilhado, ressaltou ela.

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