
Foto tirada em 28 de outubro de 2025 mostra letreiro da 32ª edição da Reunião de Líderes Econômicos da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC, na sigla em inglês) em Gyeongju, Coreia do Sul. (Foto por Park Jintaek/Xinhua)
"A região Ásia-Pacífico ainda tem um forte potencial para crescimento a longo prazo", disse uma economista. "O necessário agora é uma cooperação regional mais forte para reduzir as barreiras não tarifárias, expandir o acesso ao mercado e promover a transformação digital, a energia renovável e o comércio sustentável".
Jacarta, 6 nov (Xinhua) -- A Ásia-Pacífico continua sendo a região econômica mais dinâmica do mundo, mas a sustentação desse ímpeto dependerá de quão bem os países se adaptarem aos desafios globais e fortalecerem a cooperação regional, disse uma economista indonésia.
"Nas últimas três décadas, a região Ásia-Pacífico desempenhou um papel essencial como um dos principais motores do crescimento econômico global", disse Christina Ruth Elisabeth, professora da Faculdade de Economia e Negócios da Universidade da Indonésia, em entrevista recente à Xinhua. "Acredito que esse sucesso vem da combinação de liberalização comercial, maior integração da cadeia de suprimentos e rápido progresso tecnológico".
Elisabeth disse que a economia da Indonésia continuou resiliente apesar das crescentes pressões globais. "O consumo interno é forte, a inflação está estável e novas oportunidades estão surgindo nos setores digital e verde", disse ela. "No entanto, ainda existem desafios, como atrair mais investimentos de alta qualidade, melhorar a infraestrutura e gerenciar as pressões externas, já que o comércio global e os fluxos de capital permanecem voláteis".
Em toda a região Ásia-Pacífico, o crescimento está desacelerando conforme as taxas de juros mais altas, as medidas protecionistas e as tensões geopolíticas atrapalham as cadeias de suprimentos. "Muitas economias também estão lidando com o envelhecimento da população, o crescimento mais lento da produtividade e o progresso desigual nas transições digital e verde", disse Elisabeth.
Ainda assim, ela vê motivos para otimismo. "A região Ásia-Pacífico ainda tem um forte potencial para crescimento a longo prazo", disse ela. "O necessário agora é uma cooperação regional mais forte para reduzir as barreiras não tarifárias, expandir o acesso ao mercado e promover a transformação digital, a energia renovável e o comércio sustentável".

Passageiros posam para fotos em frente a uma maquete de trem elétrico de alta velocidade (EMU, na sigla em inglês) da ferrovia de alta velocidade Jacarta-Bandung na Estação Halim, em Jacarta, Indonésia, em 28 de abril de 2025. (Xinhua/Xu Qin)
O tema da APEC deste ano, "Construindo um Amanhã Sustentável: Conectar, Inovar, Prosperar", reflete essa visão, disse Elisabeth. "Conforme o mundo enfrenta mais tendências de desglobalização e protecionismo, a mensagem de permanecer aberto e conectado parece muito relevante", disse ela.
Para construir o que ela chamou de próximos "30 anos de ouro", Elisabeth disse que as economias da Ásia-Pacífico devem se concentrar na transformação da produtividade, na inovação e no crescimento verde inclusivo.
"A região deve fortalecer a integração da cadeia de suprimentos, expandir a conectividade digital e manter as políticas comerciais abertas, mesmo com o aumento da fragmentação global", disse ela. "Isso significa investir em infraestrutura sustentável, energia renovável e pesquisa, além de apoiar pequenas e médias empresas para promover o desenvolvimento inclusivo".
Elisabeth disse que a China desempenhou "um papel importante e estratégico" na promoção do desenvolvimento econômico na região. "A China ajudou a fortalecer a integração regional, expandindo o acesso ao mercado, incentivando o investimento e melhorando a conectividade da infraestrutura", disse ela.
Ela apontou a Ferrovia de Alta Velocidade Jacarta-Bandung como exemplo fundamental da cooperação entre Indonésia e China. "Ela modernizou a infraestrutura, melhorou a mobilidade e demonstrou a crescente capacidade da Indonésia de adotar novas tecnologias", disse ela.
Olhando para o futuro e para o papel da China como anfitriã das reuniões da APEC em 2026, Elisabeth disse que espera que Beijing priorize "cadeias de suprimentos mais fortes, integração digital mais profunda e cooperação em energia renovável".

