
Krishna Srinivasan, diretor do Departamento da Ásia e do Pacífico do FMI, fala durante entrevista à Xinhua em Washington, D.C., Estados Unidos, em 17 de outubro de 2025. (Xinhua/Li Rui)
Por Xiong Maoling, Xie E e Hu Yousong
Washington, 29 out (Xinhua) -- Maior integração regional e maior demanda interna contribuem para sustentar um crescimento econômico forte e sustentável na Ásia, disse um funcionário do Fundo Monetário Internacional (FMI), pedindo que as economias da região intensifiquem seus esforços nesses aspectos em meio às tensões comerciais, para garantir que a Ásia continue sendo uma grande potência de crescimento global.
Fóruns como a Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC, na sigla em inglês) podem gerar o tipo de integração regional que ela precisa, disse em entrevista recente à Xinhua, Krishna Srinivasan, diretor do Departamento da Ásia e do Pacífico do FMI.
De acordo com a última previsão do FMI, a Ásia deverá crescer 4,5% em 2025 e 4,1% no próximo ano.
"Houve alguns fatores muito favoráveis que explicam por que a Ásia cresceu muito mais rápido do que prevíamos em abril", disse Srinivasan. "Primeiro, porque... as tarifas estão mais baixas do que o previsto em abril, e as exportações têm sido muito fortes".
"Países de toda a região têm fornecido apoio macroeconômico, tanto fiscal quanto monetário", continuou ele.
"E, por fim, as condições financeiras têm sido muito favoráveis", concluiu ele.
Apesar da resiliência econômica da Ásia, o representante do FMI observou que os riscos de queda permanecem.
"Ainda existem grandes tensões (comerciais), que podem ressurgir. Isso pode prejudicar as perspectivas na Ásia", disse Srinivasan, observando que a Ásia está altamente integrada à cadeia de suprimentos global e é particularmente vulnerável a tensões comerciais.
As condições financeiras podem se tornar mais restritivas, observou ele, acrescentando que, se as taxas de juros começarem a subir, a região poderá enfrentar vulnerabilidades relacionadas à dívida.
Ele incentivou os países asiáticos a fornecerem apoio fiscal direcionado a empresas e pessoas gravemente afetadas em certos setores e a flexibilizarem a política monetária para apoiar a economia quando a inflação estiver abaixo da meta.
Na Perspectiva Econômica Regional para a Ásia e o Pacífico, divulgada em Hong Kong na sexta-feira, o FMI disse que, embora a Ásia esteja no centro da reestruturação da política comercial global, ela continuará sendo o maior motor do crescimento global, contribuindo com cerca de 60% este ano e no próximo.
Para sustentar um crescimento forte e duradouro, disse o FMI, a Ásia deve se reequilibrar mais em direção à demanda interna e fortalecer a integração regional.
"Em um ambiente onde possa haver menos demanda externa... digamos, da Europa e dos Estados Unidos", a Ásia precisa depender mais da demanda interna, porque os mercados são enormes, disse Srinivasan, citando os exemplos da China, da Indonésia e da Índia.
Srinivasan também observou que apenas 30% da demanda asiática por bens finais vem da própria região, enquanto o restante vem da União Europeia e dos Estados Unidos.
"Portanto, se houver maior integração dentro da região, tanto em termos de bens intermediários quanto de demanda final, haverá um mercado maior, o que gerará crescimento e ajudará a consolidar a durabilidade e a força do crescimento no futuro", disse ele.
Sobre a cooperação entre a China e os Estados Unidos no âmbito da APEC, o representante do FMI disse que essas são as duas maiores economias do mundo, responsáveis pela maior demanda por bens, incluindo bens intermediários, entre outros produtos.
"Portanto, quando há duas grandes economias e maior cooperação entre elas, o mundo é beneficiado", concluiu ele.

Krishna Srinivasan, diretor do Departamento da Ásia e do Pacífico do FMI, fala durante entrevista à Xinhua em Washington, D.C., Estados Unidos, em 17 de outubro de 2025. (Xinhua/Li Rui)

