Um participante canta uma canção chinesa na final da 10ª edição do Concurso de Canções Chinesas "Voz de Camarões" na Universidade de Iaundê II, Soa, Camarões, em 16 de fevereiro de 2024. (Xinhua/Kepseu)

Esbanjando confiança e orgulho, Rodrigue Tene Taling observou atentamente enquanto estudantes camaroneses apresentavam canções chinesas durante uma competição. Há cerca de 13 anos, ele era um espectador e participante do show, mas hoje ele era um dos juízes.

Iaundê, 18 fev (Xinhua) -- Esbanjando confiança e orgulho, Rodrigue Tene Taling assistiu atentamente à apresentação de canções chinesas por estudantes camaroneses na sexta-feira durante uma competição organizada pelo Instituto Confúcio na Universidade de Iaundê II. Há cerca de 13 anos, ele era um espectador e participante do show, mas hoje ele era um dos juízes encarregados de selecionar os vencedores da competição anual, que é aberta a todos os estudantes camaroneses interessados em cantar músicas chinesas.

Agora em sua 10ª edição, a competição, apelidada de Voz de Camarões, é uma oportunidade importante para os chineses em Camarões se unirem à comunidade local, disse Xue Xiaobin, diretor chinês do Instituto Confúcio.

"A música não conhece fronteiras", disse Xue. "Agora é o Ano Novo Chinês, portanto é um momento muito importante para os chineses comemorarem com suas famílias, e aqui no Instituto Confúcio, nossos parceiros, colegas e alunos são como nossos familiares. Portanto, estamos muito felizes por podermos comemorar esse festival tão importante junto com essa competição de música."

Mas para Taling, foi mais do que apenas uma competição e um evento de confraternização.

"Devo meu sucesso ao Instituto Confúcio", disse o pai de dois filhos de 38 anos. Em 2010, ele se matriculou no instituto para aprender a língua e cultura chinesas. Anos depois, Taling se formou como um dos melhores alunos. Graças a uma bolsa de estudos oferecida pelo governo chinês, ele viajou para a China, onde estudou e obteve um mestrado e depois um doutorado em língua chinesa no Instituto de Estudos Africanos da Universidade Normal de Zhejiang.

Foto tirada em 16 de fevereiro de 2024 mostra uma cena da final da 10ª edição do Concurso de Canções Chinesas "Voz de Camarões" na Universidade de Iaundê II, Soa, em Camarões. (Xinhua/Kepseu)

"A China tem uma das coisas mais importantes, ou seja, sua língua e cultura. Costumo compará-las à chave para abrir a porta da China. Se você não os dominar, não poderá realmente se integrar à sociedade", disse Taling, que hoje é diretor do Centro de Estudos de Filmes e TV Africanos da Universidade Normal de Zhejiang.

"Tendo estudado a língua chinesa por mais de dois anos aqui neste instituto (em Camarões) antes de ir para a China, reconheço hoje que a chave do meu sucesso lá foi a língua e cultura chinesa que aprendi aqui", acrescentou.

Quando Taling se matriculou no Instituto Confúcio, ele conheceu seu amigo, que pediu para ser identificado simplesmente como Sema, que também estava ativamente envolvido na organização do concurso de música de sexta-feira. Sema estava estudando física em uma universidade de Camarões, mas seu amor pela língua e cultura chinesas o levou ao instituto, onde aprendeu o básico do idioma. Mais tarde, ele viajou para a China, onde obteve um mestrado em língua chinesa.

O professor de 41 anos disse que o instituto estabeleceu a ponte entre a China e Camarões, tornando assim necessário e possível que os camaroneses aprendam o idioma chinês.

"Pessoalmente, acho que a cooperação entre Camarões e China está beneficiando o povo camaronês. Portanto, devemos trabalhar lado a lado com o povo chinês para fazer mais. Eu me beneficiei muito com essa cooperação e ainda estou me beneficiando porque agora fui recrutado pelo Instituto Confúcio, lecionando na Universidade de Buea (em Camarões)", disse Sema, que atualmente está realizando um estudo sobre como usar caracteres chineses para escrever idiomas camaroneses.

"Eles me forneceram todas as ferramentas, materiais e apoio financeiro de que eu precisava para realizar esse projeto. Então, com o Instituto Confúcio, está tudo bem. É exatamente como deveria ser", acrescentou.

O instituto em Camarões fez uma grande contribuição para o entendimento mútuo e a amizade entre os dois países, disse Xue. Além do concurso de música, ele também organiza o teste de proficiência em chinês. Em cada festival tradicional chinês, o instituto realiza diferentes tipos de atividades para apresentar a cultura tradicional aos alunos e às comunidades locais.

"Por enquanto, no Instituto Confúcio, metade dos nossos professores são chineses e a outra metade é camaronesa. Todos eles já foram nossos alunos, e muitos de nossos professores se tornaram professores locais de chinês em escolas primárias e secundárias de Camarões, e muitos deles trabalham em empresas chinesas", disse Xue.

No final da competição, a dupla Francine Sephorah Dimaha, de 20 anos, e Grace Bile Akomo, de 22 anos, ambas estudantes do Instituto Confúcio, foi declarada a vencedora geral. Elas expressaram seu desejo de aprofundar o estudo da língua e da cultura chinesas, esperando que um dia tenham a oportunidade de viajar para a China.

"O idioma chinês é hoje a ferramenta mais importante em nossa cooperação com a China, e a China é hoje um grande país com uma grande influência na plataforma mundial. Eu pessoalmente recomendarei esse instituto para nossos jovens camaroneses, pois a China faz parte da futura comunidade com um destino compartilhado", disse Taling.