Rio de Janeiro, 25 mai (Xinhua) -- O secretário das Relações Exteriores do Reino Unido, James Cleverly, anunciou nesta quinta-feira em visita ao Brasil que seu país fará um aporte de 2 milhões de libras esterlinas (12,3 milhões de reais) a um projeto bilateral com o Brasil para pesquisar como a floresta amazônica pode ajudar na mitigação das mudanças climáticas globais.
O anúncio foi feito durante uma visita à estação de pesquisa AmazonFACE, situada a uns 80 quilômetros ao norte da capital Manaus, em companhia da ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil (MCTI), Luciana Santos.
Com o novo aporte, o Reino Unido somou 7,3 milhões de reais de contribuição ao AmazonFACE, desde 2021.
A ministra Santos anunciou que o governo brasileiro investiu no projeto 32 milhões de reais (US$ 6,4 milhões) através do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT).
Os resultados do AmazonFACE ajudarão à comunidade científica internacional a compreender melhor como a maior floresta tropical pode ajudar na mitigação das mudanças climáticas globais, bem como aumentar a precisão de sua vulnerabilidade ao aquecimento global.
"A iniciativa tem contribuição central para respostas mais apropriadas no alcance das metas globais do clima", acrescentou o ministério.
A experiência se propõe a responder a seguinte questão global: "Como as mudanças climáticas afetarão a Floresta Amazônica, a biodiversidade que abriga e os serviços ecossistêmicos que ela fornece à humanidade?"
Para tal, o AmazonFACE avalia a capacidade de resposta da floresta tropical a níveis elevados de dióxido de carbono e os impactos deste processo para o clima global, a biodiversidade e os ecossistemas globais, ou seja: como a floresta reage ao aumento de concentração de dióxido de carbono para entender seu papel dentro do contexto das mudanças climáticas.
A pesquisa utiliza a tecnologia FACE (Free Air Carbon Dioxide Enrichment), ou enriquecimento de gás carbônico ao ar livre, em português. A tecnologia FACE libera ar enriquecido com gás carbônico sobre uma vegetação e monitora suas respostas.
Segundo o MCTI, isso ajudará a entender como o aumento do dióxido de carbono modifica folhas, raízes, solo, ciclo da água e dos nutrientes da Floresta Amazônica.