Desaceleração econômica causada por COVID-19 não freia mudanças climáticas, segundo relatório da ONU

2021-04-22 21:29:35丨portuguese.xinhuanet.com

Genebra, 19 abr (Xinhua) - A desaceleração econômica relacionada ao COVID-19 não conseguiu frear os impulsionadores da mudança climática e os impactos de aceleração, afirmou um relatório da ONU divulgado na segunda-feira.

O ano de 2020 foi um dos três mais quentes já registrados, com a temperatura média global sendo cerca de 1,2 graus Celsius acima do nível pré-industrial, afirma o relatório sobre o Estado do Clima Global 2020, compilado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) e uma ampla rede de parceiros.

As concentrações dos principais gases de efeito estufa continuaram aumentando em 2019 e 2020, observou o relatório.

A desaceleração econômica, como resultado da pandemia global de COVID-19, reduziu temporariamente as novas emissões de gases de efeito estufa, mas não teve nenhum impacto perceptível nas concentrações atmosféricas, segundo o relatório citando o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.

Enquanto isso, o nível médio do mar global continuou aumentando em 2020 e a uma taxa mais elevada recentemente, em parte devido ao aumento do derretimento das camadas de gelo na Groenlândia e na Antártica. A acidificação e desoxigenação dos oceanos continuaram impactando os ecossistemas, a vida marinha e a pesca.

Os crescentes desastres relacionados ao clima, como inundações, secas e tempestades, combinados com a pandemia de COVID-19 em 2020, atingiram duas vezes mais de 50 milhões de pessoas, segundo o relatório, citando dados da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho.

Impulsionada por conflitos e desaceleração econômica, bem como pela variabilidade climática e eventos climáticos extremos, a insegurança alimentar, após décadas de declínio, está aumentando.

De acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação e o Programa Mundial de Alimentos da ONU, o número de pessoas classificadas em condições de crise, emergência e fome aumentou para quase 135 milhões de pessoas em 55 países em 2019.

"Este relatório mostra que não temos tempo a perder. O clima está mudando e os impactos já são muito caros para as pessoas e para o planeta", disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, no lançamento do relatório.

"Este é o ano para ação. Os países precisam se comprometer com as emissões líquidas zero até 2050. E precisam agir agora para proteger as pessoas contra os efeitos desastrosos da mudança climática", acrescentou ele.

 

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