(Multimídia) Economia do Brasil cai 4,1% em 2020

Um pedestre passa por uma loja em São Paulo, no Brasil, em 1º de setembro de 2020. (Xinhua/Rahel Patrasso)

São Paulo, 3 mar (Xinhua) -- A economia brasileira, a maior da América Latina, caiu 4,1% em 2020, o maior registro negativo desde 1990, informou nesta quarta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A pandemia foi o principal fator para a queda do Produto Interno Bruto brasileiro em 2020, comparado ao de 2019 e o colapso foi superior à baixa de 3,5% registrada em 2015.

Esta é a maior queda com a atual metodologia implantada desde 1996, mas em termos absolutos é o maior retrocesso desde 1990, quando o PIB tinha caído 4,35%.

Isso significa que o Brasil interrompeu uma série de crescimento de 2017 a 2019, quando acumulou em três anos uma subida do PIB de 4,6%, informou o IBGE em um comunicado.

O PIB, a soma de bens e serviço foi de 7,4 trilhões de reais (US$ 1,3 trilhão).

O PIB per capita registrou 35.172 reais (US$ 6.170), uma queda recorde de 4,8%.

A pandemia, cujo primeiro caso da doença no Brasil foi confirmado em 26 de fevereiro de 2020, reduziu a atividade econômica dentro do contexto das quarentenas iniciadas em diversos estados a partir de 24 de março.

O setor de serviços (que responde por 60% das atividades) caiu 4,5%, a indústria 3,5% e o único setor que conseguiu fechar 2020 no positivo foi a atividade agropecuária, que avançou 2%.

O consumo das famílias chegou a um recorde negativo, retrocedendo 5,5%, segundo o IBGE.

Na macroeconomia, os gastos do Estado caíram 4,7%, os investimentos 0,8%, as exportações 1,8% e as importações 10%.

O resultado de 2020 se contrapõe atualmente à perspectiva que o mercado financeiro projeta no Boletim Focus do Banco Central, de um aumento no PIB de 2021 da ordem de 3,29%.

A atividade agrícola e pecuária fechou 2020 no positivo devido à demanda externa de dois grandes produtos de exportação, a soja e o café, que alcançaram um recorde histórico de produção.

O IBGE também divulgou o PIB do quarto trimestre de 2020, quando se registrou um crescimento de 3,2% em relação ao trimestre anterior, que tinha marcado uma subida de 7,7%. Comparado com o último trimestre de 2019, o período entre outubro e dezembro caiu 1,1%.

Segundo o jornal O Globo, a maioria dos analistas prevê uma retração nos três primeiros meses de 2021, com o surgimento de novas cepas do vírus, a volta das restrições de mobilidade e de comércio em vários estados do país e a vacinação ainda andando a passos lentos.

Desde 18 de janeiro, data oficial do início da imunização contra a COVID-19 no Brasil, apenas 7.351.265 pessoas (3,47% da população) receberam a primeira dose enquanto 2.308.850 (1,09% da população) receberam a segunda dose.