Agronegócio brasileiro deve crescer 9% em 2020 e 3% em 2021

2020-12-02 19:50:58丨portuguese.xinhuanet.com

Brasília, 1º dez (Xinhua) -- O agronegócio brasileiro se beneficiou de um aumento da demanda por alimentos no mercado doméstico e internacional durante a pandemia da COVID-19 e deve crescer 9% em 2021 e a um ritmo menor, 3% em 2021, estimou nesta terça-feira a Confederação Nacional da Agricultura (CNA).

Em uma entrevista coletiva virtual, o presidente da entidade, João Martins, informou que o setor deve fechar este ano com 102.900 novos postos de trabalho e um produto interno bruto de 1,75 trilhão de reais (US$ 335,25 bilhões).

"Estamos vivendo uma época anormal em todo o mundo, mas a queda da economia brasileira foi menor do que esperávamos, principalmente devido ao setor agrícola", comentou.

Martins também destacou a boa relação do setor agropecuário com a China, principal parceiro comercial e maior destino das exportações do agronegócio.

Disse que tem conversado desde o início da pandemia com o embaixador chinês em Brasilia, Yang Wanming, com quem mantém uma relação "praticamente de amizade pessoal".

"A CNA sempre trata de se afastar de ideologias. Somos produtores rurais e necesitamos exportar o que produzimos. É o mercado, quem paga melhor, quem quer comprar nosso produto. Nossa relação com a China é muito boa", destacou.

"Hoje, a China é o principal mercado consumidor lá fora, e estamos trabalhando também com outros países, como Indonésia e os países árabes, que são grandes consumidores de nossos produtos", ressaltou.

Por sua vez, Lígia Dutra, Superintendente de Relações Internacionais da CNA, informou que a entidade está organizando um programa para que as empresas brasileiras do setor possam se adaptar às demandas dos consumidores chineses.

"O consumidor chinês está cada vez mais exigente. Para que essas empresas tenham um apoio concreto estamos fazendo um projeto de 'soft landing', de chegada à China, com apoio em todas as etapas de entrada naquele marcado mercado", disse.

Segundo Dutra, entre as cadeias prioritárias estão os produtos de apicultura (mel, própolis, cera), lácteos, frutas, hortaliças, flores, vegetais, café e pescado.

De acordo com a entidade, os fatores que favoreceram o bom desempenho da agroindústria este ano foram a continuidade das atividades de produção e distribuição do setor, o aumento da demanda e a alta do dólar, que favoreceu as exportações da agroindústria e aumentou os lucros dos produtores.

O superintendente técnico da CNA, Bruno Lucchi, explicou que a demanda doméstica foi sustentada pelo auxílio emergencial para os trabalhadores informais, que somou 322 bilhões de reais (US$ 61,69 bilhões), dez vezes mais que os programas sociais habituais.

Ao mesmo tempo, o setor foi favorecido pelo fato de muitos países precisarem ampliar suas importações de alimentos para combater à pandemia da COVID-19, além da desvalorização do real brasileiro que foi de 46,5% no ano. Fim

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