Merkel e Von der Leyen pressionam por fundo de recuperação de coronavírus, pedindo solidariedade da UE

2020-07-04 13:55:55丨portuguese.xinhuanet.com

Bruxelas/Berlim, 2 jul (Xinhua) - A chanceler alemã, Angela Merkel, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, pediram na quinta-feira um acordo sobre o fundo de recuperação de bilhões de euros para lidar com as dificuldades econômicas causadas pela pandemia de coronavírus.

Uma grande parte do fundo, considerada vital para a estabilidade econômica da Europa, seria concedida a Estados membros da União Europeia (UE), provocando controvérsias que teme-se levar a longas negociações.

PLANO URGENTE

Em uma coletiva de imprensa conjunta depois de conversar por meio de um link de vídeo com von der Leyen, Merkel disse que agora todos estão claros, há muitas dificuldades em relação ao pacote econômico e espera que seja possível chegar a um acordo em julho, pois ela "não vê alternativa a um acordo durante este verão".

O pacote de resgate de 750 bilhões de euros (mais de 840 bilhões de dólares americanos) proposto pela Comissão Europeia levou a divisões entre os governos da UE, já que Holanda, Áustria, Suécia e Dinamarca, os chamados Quarteto Frugal, insistem que o fundo de recuperação pode deve basear-se apenas em empréstimos que precisam ser pagos posteriormente.

Merkel reiterou a urgência de um esquema, alertando que a Europa está enfrentando um momento difícil e que o impacto da pandemia na economia ainda não desapareceu.

"Vemos todos os dias que o vírus não se foi", disse Merkel, acrescentando que o mundo está observando o que a Europa pode alcançar aqui.

Segundo a chanceler alemã, a resposta à crise sem precedentes precisava ser "maciça e realmente ter um efeito". Ela disse que conversas intensivas já estão em andamento. "Vamos trabalhar duro e mostraremos determinação", observou Merkel.

DIREÇÃO ALEMÃ

Von der Leyen ecoou as palavras de Merkel, dizendo que os próximos seis meses seriam cruciais, pois a região agora está enfrentando uma grave crise econômica.

"Portanto, é uma enorme pressão de tempo, mas é a crise que define o ritmo. Todo dia que perdemos, vemos pessoas perdendo seus empregos, empresas quebrando, o enfraquecimento de nossas economias. Então, cada dia conta", disse von der Leyen.

O fundo de recuperação deve ser aprovado pelo Parlamento Europeu e depois ratificado pelos parlamentos nacionais dos estados membros.

Von der Leyen acrescentou que a "tarefa gigantesca" de forjar um acordo exige que os Estados-membros olhem além de seus interesses e que mantenham uma boa direção da presidência alemã da UE, que começou no dia 1º de julho.

A conversa de Merkel com von der Leyen já foi interpretada como o segundo passo vital para reunir apoio ao dinheiro para atenuar as dificuldades econômicas causadas pelo COVID-19.

Na segunda-feira, Merkel se reuniu com o presidente francês, Emmanuel Macron, e anunciou juntos seu apoio a um fundo de recuperação "forte e eficiente".

"Se a Alemanha e a França concordam, outras nações da UE podem não concordar. Se a Alemanha e a França discordam, é um grande impacto na solidariedade da UE", observou Merkel.

A Alemanha e a França propuseram em maio um fundo menor no valor de 500 bilhões de euros em doações para os países mais afetados da UE.

MUITO A SER FEITO

Segundo a Agência de Imprensa Alemã (dpa), uma cúpula da UE está marcada no dia 17 de julho para decidir sobre o fundo de recuperação.

Merkel trabalhará em estreita colaboração com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, para negociar um acordo, à medida que as discussões se intensificarem antes da cúpula, informou o dpa.

Fontes disseram que, além da oposição do Quarteto Frugal, ainda há muitos detalhes a serem discutidos e uma questão principal é como os fundos seriam compartilhados entre os Estados membros.

Alguns insistem em alocar o dinheiro com base na taxa de desemprego no período pré-pandêmico, enquanto outros recomendam levar em consideração a situação econômica durante a pandemia.

O presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, havia chamado a proposta de fundo de recuperação de "ambiciosa", mas acrescentou: "ela apenas arranha a superfície do que precisa ser feito". (1 euro = 1,12 dólar americano)

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