Ministério da Saúde confirma primeiro caso de coronavírus no Brasil

2020-02-27 13:15:07丨portuguese.xinhuanet.com

Brasília, 26 fev (Xinhua) -- O Ministério da Saúde do Brasil confirmou oficialmente nesta quarta-feira o primeiro caso de uma pessoa infectada com pneumonia causada pelo novo coronavírus (COVID-19) no país, o primeiro na América do Sul, depois que uma contraprova realizada pelo Instituto Adolfo Lutz confirmou a enfermidade de um homem de 61 anos em São Paulo.

O paciente chegou ao país vindo da Itália, onde esteve no trabalho na região da Lombardia, entre os dias 9 e 20 de fevereiro, período que coincide com a explosão de casos no país europeu.

Segundo as autoridades sanitárias, o paciente se encontra em boas condições clínicas e está em quarentena domiciliar.

O anúncio foi feito em uma entrevista coletiva do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Segundo ele, o paciente estava assintomático e, depois de alguns dias, procurou um serviço de saúde com sintomas respiratórios. Antes, ele havia participado de uma reunião familiar, o que levou o Ministério da Saúde a colocar 30 pessoas que tiveram contato com ele em observação.

O homem viajou da Itália para a França, onde embarcou no voo AF 454 da Air France, que deixou Paris em 20 de fevereiro e chegou ao aeroporto de Guarulhos em 21 de fevereiro.

Segundo as autoridades, 16 passageiros que estiveram no mesmo voo em assentos próximos ao do homem infectado devem ser postos em observação e acrescentaram que alguns podem ter pegado conexão e ido para outros destinos.

O Ministério atualizou o número de casos suspeitos para 20, a maioria em São Paulo, onde foram notificados 11, enquanto que o total de casos descartados aumenta para 59.

Além dos casos suspeitos em São Paulo, há 2 no Rio de Janeiro, 2 em Minas Gerais, 2 em Santa Catarina, um em Pernambuco e outro na Paraíba.

Doze dos suspeitos vieram da Itália e 55% dos casos são mulheres e a média de idade é 42 anos, com uma faixa etária entre 20 e 58 anos.

Na entrevista, Mandetta declarou que a partir deste primeiro caso será possível avaliar como o vírus "se comportará em um país tropical".

Segundo o ministro, se inicia uma "nova etapa", na qual se tomarão medidas para mitigar os efeitos da enfermidade, e será elaborado um mapa "para tentar compreender o deslocamento do vírus".

O ministro destacou ainda que é possível que o número de casos suspeitos aumente no Brasil porque aumentou o número de países considerados de risco.

A lista de países para a definição de casos suspeitos foi ampliada para incluir Alemanha, Austrália, Emirados Árabes Unidos, Filipinas, França, Irã, Itália e Malásia. A lista inicial incluía China, Cingapura, Coreia do Sul, RPDC, Camboja, Japão, Tailândia e Vietnã.

Apesar disso, Mandetta afirmou que não serão alterados procedimentos nos aeroportos ou bloqueios a países suspeitos, devido ao grande número de conexões nos voos. "Não existe nenhuma tecnologia que possa nos dizer que quem está dentro de um avião possa estar com o vírus ou não", enfatizou.

"A regra continua sendo: se tem sintomas, não viaje. Viajou? Informe as autoridades quando chega. Passou 14 dias da chegada, se sentir sintomas, procure a rede de saúde da sua cidade", recomendou o ministro.

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