Líderes indígenas equatorianos concordam em dialogar com o governo

Quito, 12 out (Xinhua) -- A Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie) disse no sábado que participará do "diálogo direto" recomendado pelo presidente equatoriano, Lenin Moreno, após dez dias de protestos antigovernamentais.

"Após um processo de consulta às comunidades, povos, nacionalidades e organizações sociais, decidimos participar do diálogo direto" com Moreno, disse a Conaie em comunicado.

Moreno apelou aos líderes indígenas em um discurso televisionado na noite de sexta-feira para negociar diretamente com ele, enquanto protestos violentos abalavam a capital do país.

"Vamos nos sentar e conversar sobre o Decreto 883, falar sobre onde esses recursos serão alocados e garantir que os mais necessitados os recebam", disse Moreno, acrescentando que o diálogo é a única maneira de resolver conflitos.

Os protestos liderados pelo Conaie exigiram a revogação do Decreto 883, que encerrou os subsídios de combustível de quatro décadas, elevando os preços da gasolina e do diesel.

À princípio, a Conaie recusou o convite de Moreno, mas depois mudou de ideia.

"Insistimos na necessidade de um diálogo direto e público sobre o Decreto 883 para sua revogação ou revisão", disse Conaie em comunicado.

A Conaie disse que não discutirá nenhum tipo de compensação pelas medidas de austeridade impostas pelo governo.