Entrevista: Chefe do PNUD espera anúncios de financiamento na próxima cúpula climática da ONU

2019-09-21 20:36:03丨portuguese.xinhuanet.com

Nações Unidas, 19 set (Xinhua) — A menos que a questão do financiamento do esforço climático possa ser bem abordada, a capacidade dos países de seguir suas estratégias nacionais de clima será retida, disse um chefe de desenvolvimento da Organização das Nações Unidas à Xinhua em entrevista recente.

Na preparação para a Cúpula de Ação Climática, marcada para segunda-feira em Nova York, o administrador do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Achim Steiner, espera que o investimento climático "chame muita atenção" e que sejam feitos anúncios de financiamento na reunião convocada pelo secretário-geral da ONU, António Guterres.

"Seja você um empresário, um governante, um prefeito da cidade ou um consumidor que deseja mudar sua pegada em termos de emissões de carbono, primeiro você precisa investir um pouco," disse Steiner, enfatizando a importância do financiamento climático.

"Se você observar as mudanças em nossos sistemas de energia, são necessários grandes investimentos", acrescentou ele.

O financiamento da ação sobre mudança climática deve se tornar uma prioridade do ministro das Finanças de todos os governos, pois "a perspectiva macroeconômica é fundamental para tornar os orçamentos governamentais mais eficazes e oferecer múltiplos benefícios na maneira como eles alocam seus setores", disse o chefe do PNUD.

Steiner enfatizou a necessidade de alavancar a mobilização e a atração de investimentos do setor privado, pedindo aos governos que "criem incentivos".

Os países mais ricos devem investir na capacidade dos países mais pobres para ajudá-los a entrar em uma economia de baixo carbono, disse ele, observando que o financiamento internacional do clima é uma estratégia viável para mobilizar o capital mundial para investir nas transições.

A esse respeito, ele disse, o Fundo Verde para o Clima, um mecanismo financeiro sob a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC), está começando, mas "ainda não em uma escala proporcional às necessidades e promessas".

Steiner disse à Xinhua que o PNUD e a UNFCCC divulgaram quarta-feira em conjunto um relatório sobre as ações climáticas nacionais em termos dos compromissos assumidos em Paris em 2015.

O relatório "The Heat is On", ("O Calor está Ligado") mostrou que 75 países planejam aprimorar seus esforços de mitigação e/ou adaptação, e 14 países não têm planos de revisar suas Contribuições Determinadas Nacionalmente (NDC), enquanto que, para 71 países não está claro como ou se os NDCs serão revisados.

Também mostrou que os países em desenvolvimento são atualmente os líderes na preparação de revisões de planos para combater a crise climática na próxima década.

Muitos países vão assumir a responsabilidade de liderar a transição para uma economia de baixo carbono, com a qual o mundo embarcou com o Acordo de Paris, de acordo com o chefe de desenvolvimento da ONU.

Ele expressou esperança que os países que "ainda estão pensando em como fazer isso recebam muito incentivo do que acontece".

Enquanto isso, a China, em muitos aspectos, está na frente da tecnologia verde de ponta, disse Steiner. Por exemplo, "na China, mais veículos elétricos são vendidos hoje que no resto do mundo. Assim, podemos ver que um número significativo de compromissos assumidos em Paris está começando a mudar nossa economia".

Como "a China pode ser um multiplicador e acelerador significativo da transição para uma infraestrutura de energia mais limpa, edifícios mais eficientes" nos países em desenvolvimento, o PNUD está trabalhando em estreita colaboração com o país asiático, disse ele.

A China vem desenvolvendo tecnologias de energia renovável e, assim, diminuindo os preços para que muitos outros países possam comprar essas tecnologias, acrescentou ele.

Nos próximos 10 a 12 anos, o PNUD se comprometerá a ajudar 100 milhões de pessoas a obter acesso à energia renovável, restaurar 100 milhões de hectares de terras degradadas e ajudar os países a conservar mais 500 milhões de hectares de terra.

Na quinta-feira, o PNUD anunciou que apoiará 100 países em desenvolvimento nos próximos 12 meses na análise de suas estratégias climáticas nacionais.

Além disso, o órgão da ONU está trabalhando como parte da parceria do NDC, que apoia muitos países em um consórcio, para aumentar significativamente o financiamento disponível para os países para fortalecer os esforços climáticos.

O PNUD também anunciou o compromisso como organização de reduzir suas próprias emissões de carbono em 25 por cento nos próximos seis anos e em 50 por cento até 2030.

Fale conosco. Envie dúvidas, críticas ou sugestões para a nossa equipe através dos contatos abaixo:

Telefone: 0086-10-8805-0795

Email: portuguese@xinhuanet.com

010020071380000000000000011100001384103141