Governo brasileiro autoriza uso das Forças Armadas para atuar contra os incêndios na Amazônia

Rio de Janeiro, 23 ago (Xinhua) -- O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, autorizou nesta sexta-feira o uso das Forças Armadas para atuar no combate aos incêndios que estão ocorrendo na Amazônia.

O decreto foi publicado na sexta-feira em uma edição extra do "Diário da União" e prevê o uso das tropas brasileiras até 24 de setembro.

Bolsonaro já tinha assegurado nesta sexta-feira que a "tendência" era que autorizasse o uso das Forças Armadas na Amazônia, depois da repercussão internacional causada pelos incêndios na região, considerada como o pulmão verde do planeta.

O decreto estabelece que o uso dos militares dependerá de solicitação dos governadores da região amazônica e que o ministro da Defesa, Fernando Azevedo definirá os meios a ser utilizados nas tarefas para apagar os incêndios.

Segundo o texto, o trabalho das Forças Armadas ocorrerá em articulação com os órgãos de segurança pública e os órgãos e entidades públicas de proteção ambiental.

O governador de Roraima (norte), Antonio Denarium, disse no mesmo dia à imprensa que pediu o envio de tropas para combater os incêndios e admitiu que os estados amazônicos não tem condições de combater os incêndios de maneira isolada.

"Os estados da região amazônica não tem condições sozinhos de combater os incêndios florestais, por isso estamos solicitando ajuda do governo federal para que, junto com o estado, nosso corpo de bombeiros militar e civil, também possa combater os incêndios em toda a região norte".

O comandante do Exército brasileiro, general Edson Leal Pujol, afirmou nesta sexta-feira que as tropas brasileiras estão preparadas para ajudar na fiscalização, no apoio logístico e na tentativa de identificar focos de incêndio, espontâneos ou provocados.

Segundo divulgou esta semana o estatal Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), entre 1º de janeiro e 20 de agosto, houve 74.155 incêndios no Brasil, o que representa um aumento de 84% em comparação com o mesmo período do ano passado. Mais da metade deles (52,6%) foram na floresta amazônica.