Brasil rebate críticas sobre aumento de queimadas na Amazônia

2019-08-23 13:45:02丨portuguese.xinhuanet.com

Rio de Janeiro, 22 ago (Xinhua) -- O aumento das queimadas na Amazônia brasileira e as críticas surgidas em todo o planeta provocaram uma resposta nesta quinta-feira por parte do governo brasileiro, dirigida principalmente ao presidente francês, Emmanuel Macron, que afirmou tratar-se de uma "crise internacional" e sugeriu que fosse discutida na reunião do G-7.

Segundo divulgado nesta semana pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), entre 1º de janeiro e 20 de agosto, houve 74.155 queimadas no Brasil, o que representa um aumento de 84% em comparação com o mesmo período do ano passado, sendo que mais da metade ( 52,6%) foram na floresta amazônica, o pulmão do mundo.

Os acontecimentos levaram à organização de uma campanha internacional, com as hashtags #prayforamazonas e #actfortheamazon, na qual várias celebridades mundiais expressaram preocupação com os incêndios e pediram mais controle por parte do governo brasileiro.

Nesta quinta-feira, o secretário-geral da ONU, o português António Guterres, comentou estar "profundamente preocupado" com as queimadas na Amazônia e afirmou que "não podemos permitir que mais danos sejam causados em uma fonte importante de diversidade e oxigênio" do planeta.

Por sua vez, o presidente francês Emmanuel Macron, afirmou que "nossa casa está queimando", literalmente.

A floresta amazônica, o pulmão do nosso planeta, que produz 20% do oxigênio de nosso planeta, está em chamas. É uma crise internacional. Os membros do G7 vão discutir esta emergência de primeira ordem dentro de dois dias, em uma alusão à reunião da cúpula que o grupo realizará em Biarritz (sul da França).

O governo brasileiro criticou o ato como uma intromissão nos assuntos internos do país.

O presidente Jair Bolsonaro lamentou que Macron "busque instrumentalizar uma questão interna do Brasil" para "benefícios políticos pessoais" e criticou o "tom sensacionalista" sobre a Amazônia.

Bolsonaro declarou que "o governo brasileiro segue aberto ao diálogo, com base em dados objetivos e no respeito mútuo" e afirmou que a vontade de Macron de abordar a questão na cúpula do G7 "sem a participação dos países da região retoma uma mentalidade colonialista que não cabe no século XXI".

Por sua vez, o vice-presidente Hamilton Mourão disse que o presidente francês desconhece o que está acontecendo realmente no Brasil.

"Já houve declarações do próprio presidente (Bolsonaro). Agora tem que haver um esclarecimento. Macron não tem conhecimento do que acontece aqui. Esta questão dos incêndios ocorre em todos os períodos de seca. Normalmente, ocorre próximo às cidades, em áreas meio degradadas", comentou.

Mourão defendeu ser necessário desmitificar as versões divulgadas sobre o assunto na imprensa internacional.

Já o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou que "não temos que dar importância a estas palavras de quem quer impedir que o Brasil comercialize". Segundo ele, a Europa usa a questão do meio ambiente para "confrontar os princípios capitalistas" e para estabelecer barreiras contra o crescimento econômico do país sul-americano.

"Por que têm tanto interesse em criar dificuldades ao Brasil? O Brasil é um grande competidor em matérias primas, é um grande competidor em bens minerais e é a última grande reserva da humanidade em biodiversidade", afirmou à imprensa.

Segundo Lorenzoni, as críticas recebidas da Europa são as reações ao que disse ser um mecanismo de proteção, como as que aconteceram no caso da febre aftosa, que complicaram as exportações da carne brasileira ao mercado europeu no ano 2000.

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