Entrevista: Centro da Universidade Chinesa Egípcia irá promover a cultura chinesa no Egito, segundo chefe da universidade

Por Mahmoud Fouly

Cairo, 20 ago (Xinhua) -- A Universidade Chinesa Egípcia (ECU) do Cairo deseja ser um centro de promoção da cultura chinesa no Egito baseada na crescente cooperação entre o Egito e a China, o presidente da ECU e o ex-minstro do ensino superior do Egito disse à Xinhua em uma entrevista recente.

"Inaugurada em 2016, a universidade leva o nome da China e representa a cultura chinesa e a promove no Egito e na África em geral", disse Ashraf el-Shihy, acrescentando que "a ECU é a primeira e única do tipo no Oriente Médio e na África".

A ECU começou a funcionar com a faculdade de engenharia em 2016, por isso ainda não tem diplomados. As faculdades de economia e fisioterapia, a única no Egito que ensina medicina tradicional chinesa, começaram a funcionar em 2017, enquanto a faculdade de farmácia será inaugurada em 2020 como a quarta faculdade da universidade.

"O número total de estudantes da ECU até agora é de cerca de 2.500. Nós nos preocupamos em oferecer educação de alta qualidade do que ter um grande número de estudantes, e é por isso que nossas salas de aula são pequenas, mas há muitas", disse Shihy.

Ele ressaltou que a universidade aprofunda os laços egípcio-chineses e aprimora o aprendizado da experiência chinesa nos campos da educação, pesquisa científica e liderança empresarial.

"A China não é apenas um país, mas é uma potência industrial e comercial muito grande. A ECU é resultado da aproximação natural entre as duas civilizações mais antigas da história: Egito e China", disse o ex-ministro à Xinhua.

Shihy disse que a abertura da ECU é "uma chance de ouro", porque ocorre em um momento em que o governo egípcio e a liderança política atribuem importância à melhoria do sistema educacional no país.

"Os presidentes egípcio e chinês reiteraram o apoio à cooperação entre os dois países e o ECU tem boas relações com a embaixada chinesa e o Centro Cultural da China no Cairo, a zona econômica do TEDA na província de Suez, além de várias universidades chinesas e instituições educacionais", ele ressaltou.

A ECU tem acordos de cooperação com cerca de cinco universidades chinesas, incluindo a Universidade de Beijing Jiaotong e a Universidade de Hubei. O chefe da universidade disse que a ECU acaba de receber uma delegação de universidades chinesas em agosto e espera que outra visita ocorra em poucos dias.

"Temos muitos estudantes da ECU que já visitaram a China para aprender sobre a herança, cultura e história da China através de alguns de nossos cursos de treinamento", disse Shihy, enfatizando que a ECU tem relações estreitas com o lado chinês que refletem positivamente na universidade e no sistema educacional egípcio em geral.

Ele disse que a ECU não é uma universidade tradicional com livros de texto específicos, mas ensina os alunos a obter seu aprendizado das palestras e as referências disponíveis na biblioteca digital da universidade como um padrão internacional para a educação.

"O objetivo é promover o ambiente de trabalho em equipe entre os alunos e prepará-los para a auto-aprendizagem de pós-graduação. Isso faz parte dos requisitos do século 21 necessários para o mercado de trabalho", disse o chefe da ECU.

A ECU tem contratos com universidades chinesas ensinando em inglês e estipula um razoável domínio da língua chinesa como uma das condições para que seus estudantes viajem à China para obter um diploma científico conjunto.

"Tínhamos professores egípcios de língua chinesa, mas queríamos professores nativos chineses, por isso pedimos à embaixada chinesa que nos ajudasse, e a embaixada reagiu e nos enviou dois", disse Shihy, observando que a língua chinesa é um assunto de crédito total na ECU.

O ex-ministro do ensino superior disse que as estreitas relações entre a ECU e a China estão crescendo sob a Iniciativa do Cinturão e Rota para o desenvolvimento comum multinacional, através do qual a China se preocupa em disseminar sua língua e cultura em todo o mundo.

"Com a Iniciativa do Cinturão e Rota e outras iniciativas chinesas, esperamos relações mais fortes entre a ECU e a China", disse o chefe da ECU.