Área de Viagem Comum não deverá ser afetada após o Brexit, segundo Boris Johnson

Dublin, 19 ago (Xinhua) -- O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse na segunda-feira ao seu colega irlandês, Leo Varadkar, que a Área de Viagem Comum (da sigla em inglês, CTA), um acordo entre os dois países para garantir a livre circulação dos cidadãos de cada país, não será afetada após a saída da Grã-Bretanha da União Europeia (UE).

A promessa foi feita por Johnson durante sua conversa telefônica de quase uma hora com Varadkar na noite de segunda-feira, de acordo com um comunicado do governo irlandês.

A notícia veio em um momento depois que a mídia irlandesa citou um porta-voz do governo britânico, dizendo no início do dia que a Grã-Bretanha iria imediatamente acabar com a liberdade de movimento de pessoas da UE após o Brexit no dia 31 de outubro.

"O primeiro-ministro (britânico) deixou claro que a Área de Viagem Comum, que antecede o Reino Unido e a Irlanda, não será afetada pelo fim da liberdade de movimento depois do Brexit", disse o comunicado.

Sob a CTA, que foi acordada pela primeira vez no início dos anos 1920 e posteriormente foi atualizada várias vezes, cidadãos britânicos e irlandeses podem se mover livremente e residir em qualquer jurisdição e usufruir de direitos associados incluindo acesso a emprego, saúde, educação, benefícios sociais, e o direito de votar em certas eleições.

"A CTA foi reconhecida nas negociações entre a UE e o Reino Unido e existe um acordo no Protocolo relativo à Irlanda e Irlanda do Norte, que é parte integrante do Acordo de Retirada, que a Irlanda e o Reino Unido podem continuar a tomar providências entre si com relação a circulação de pessoas entre os seus territórios", segundo o Departamento Irlandês dos Negócios Estrangeiros e do Comércio, numa nota publicada no seu website.

Durante a conversa por telefone, Johnson e Varadkar também discutiram outras questões relativas ao Brexit e à Irlanda do Norte, e ambos concordaram em se reunir para mais discussões em Dublin no início de setembro, disse o comunicado.

Nenhum progresso substancial foi feito na conversa entre os dois líderes sobre a questão do Brexit, julgando o conteúdo da declaração.

Johnson insistiu no fato de que o recuo deve ser removido do Acordo de Retirada, enquanto Varadkar reiterou que o Acordo de Retirada não pode ser reaberto, de acordo com a declaração.