Governadores brasileiros se opõem a decreto presidencial para aliviar controle de armas

Rio de Janeiro, 21 mai (Xinhua) -- Quatorze governadores do Brasil publicaram na terça-feira uma carta aberta contra um decreto presidencial para aliviar as restrições à posse de armas no país sul-americano.

Eles disseram acreditar que o aliviamento do controle de armas não ajudará a conter a violência no país, mas levar a um nível ainda mais alto, ao mesmo tempo em que pedem a imediata revogação do decreto emitido no início deste mês pelo presidente Jair Bolsonaro.

Ao mesmo tempo, os governadores pediram esforços do governo para "uma política efetiva e responsável pelo controle de armas e munições no país".

"As medidas propostas pelo decreto não contribuirão para tornar nossos estados mais seguros. Pelo contrário: terão um impacto negativo na contenção da violência, aumentando, por exemplo, a quantidade de armas e munições para abastecer criminosos e o risco de que argumentos e brigas entre cidadãos comuns acabem em tragédia", disseram os governantes na carta.

O decreto presidencial permite um aumento significativo no número de modelos de armas disponíveis para cidadãos comuns e na quantidade de balas que eles podem comprar anualmente. Reportagens da mídia local alertaram que o decreto, com a compra de até mesmo rifles automáticos, tornaria mais fácil a compra de armas por gangues de traficantes, já que muitos dos jovens traficantes não têm registros policiais.

Os governadores não estão sozinhos em questionar o decreto presidencial para facilitar as leis de armas. A suspensão do decreto foi apelada pelo Ministério Público Federal, além de pelo menos três processos instaurados no Supremo Tribunal.