Presidente da Suprema Corte assegura que "ninguém" se arriscará a "desafiar" a democracia no Brasil

Brasília, 25 set (Xinhua) -- O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente em exercício do Brasil, José Antonio Dias Toffoli, assinalou de que "ninguém" se arriscará a "desafiar" a democracia no país e que os candidatos à presidência que não ganharem as eleições terão que respeitar o resultado final.

"Tenho certeza de que todos os candidatos que hoje estão disputando o primeiro turno, têm clareza de que o respeito às regras do jogo faz parte da possibilidade de uma vitória num eventual segundo turno. Ninguém se arriscará a desafiar a democracia no Brasil. Estamos atentos para defender a democracia no Brasil", afirmou em entrevista à imprensa no Palácio do Planalto.

Toffoli, que preside o STF há duas semanas, assumiu a presidência no domingo (23) devido à viagem de Michel Temer aos Estados Unidos, onde participa da Assembleia Geral da ONU, em Nova York.

O ministro é o quarto na linha sucessória e, devido à inexistência de um vice, ocupa o lugar de Temer já que os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia e do Senado, Eunício Oliveira, estão impedidos de ocupar a cadeira presidencial para não se tornarem inelegíveis durante o processo eleitoral.

Toffoli afirmou não acreditar que se repita a situação de 2014, quando depois de ser conhecido o resultado das eleições, o Partido Social Democrata Brasileiro (PSDB), cujo candidato Aécio Neves perdeu no segundo turno por uma margem estreita ante a presidente reeleita Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores (PT), pediu uma auditoria para retificar o sistema que faz a recontagem dos votos ,o que causou grande polêmica no país.

Na época, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou o pedido, embora tenha autorizado o PSDB a ter acesso ao programa e aos arquivos eletrônicos usados no processo eleitoral.

Perguntado sobre a "polarização" que existe atualmente no país devido às eleições, Toffoli considerou "algo natural" e enfatizou que o candidato que vencer as eleições precisará dialogar com todos os setores da sociedade.