Cargo de vice-procurador-geral dos EUA em perigo, animosidade partidária em Washington
Foto do arquivo de 4 de setembro de 2018 mostra o vice-procurador-geral dos EUA, Rod Rosenstein, comparecendo a uma audiência de confirmação do Senado em Washington D.C., nos Estados Unidos. Após a enxurrada de reportagens conflitantes da mídia nos EUA, ainda não se sabe se o presidente dos EUA, Donald Trump, demitirá o vice-procurador-geral Rod Rosenstein. (Xinhua/Ting Shen)
Por Matthew Rusling
Washington, 24 set (Xinhua) -- Depois da enxurrada de notícias conflitantes nos EUA, ainda não se sabe se o presidente dos EUA, Donald Trump, demitirá o vice-procurador-geral Rod Rosenstein.
Mas se isso acontecer, os democratas ficarão em pé de guerra, uma vez que Rosenstein supervisiona a investigação sobre se a campanha de Trump conspirou com a Rússia para ganhar as eleições presidenciais de 2016.
Os dois irão se reunir na Casa Branca na quinta-feira, mas ainda não se sabe o que vai acontecer. Alguns especialistas acreditam que demitir Rosenstein seria uma jogada muito arriscada para Trump.
A questão destaca a atual investigação sobre se a equipe de campanha de Trump conspirou com Moscou em uma tentativa de conquistar as eleições presidenciais de 2016, enquanto Rosenstein supervisiona a investigação sobre o controverso assunto, que é liderado pelo Conselho Especial Robert Mueller. Trump chamou a investigação de "caça às bruxas", enquanto os democratas continuam apoiando a investigação.
Se Rosenstein for demitido, provavelmente haverá um clamor entre os democratas.
"A reação seria muito forte", disse Christopher Galdieri, professor assistente do Saint Anselm College, à Xinhua, falando sobre como os democratas receberão a notícia de uma demissão. "Isso acrescentaria ao argumento dos democratas de que o país precisa de um Congresso Democrata para controlar a administração Trump."
O estrategista do Partido Republicano, Ford O'Connell, disse à Xinhua que não está claro como a investigação russa será afetada se Rosenstein for demitido.
"Mas politicamente, os democratas estariam gritando aos céus e isso é o que você tem que pensar", disse ele.
De fato, na preparação para as eleições de meio de mandato de novembro, uma demissão de Rosenstein poderia estimular os eleitores democratas a votarem nas urnas, o que seria ruim para Trump, opinaram alguns especialistas.
Se Rosenstein for demitido, poderá colocar a investigação russa em dúvida, escreve Anthony Zurcher, da BBC.
"Se Rod Rosenstein sair, por demissão ou renúncia, o futuro da investigação do conselheiro especial Robert Mueller é incerto", escreveu ele esta semana.
"O Sr. Rosenstein é a razão pela qual existe uma investigação especial do advogado, e ele deu a Mueller um amplo mandato para prosseguir com essa investigação onde quer que ela possa levar", afirmou.
"Resultou, por exemplo, na acusação bem-sucedida do ex-presidente da campanha Trump, Paul Manafort, e em um acordo judicial do advogado pessoal de Donald Trump, Michael Cohen - ambos para atividades tangenciais à investigação russa", disse ele.
Falando de Nova York na segunda-feira, enquanto se reunia com líderes globais nas Nações Unidas, Trump disse que terá que ver o que está acontecendo na quinta-feira. "Nós vamos ter uma reunião na quinta-feira quando eu voltar", disse ele, falando de Rosenstein.
A controvérsia começou na sexta-feira, quando uma reportagem da mídia americana alegou que Rosenstein havia considerado gravar secretamente o presidente, e considerou usar a 25ª Emenda para expulsar Trump da Casa Branca.
Rosenstein disse que o relatório não é exato, mas ressalta a amarga animosidade partidária em Washington e o clima ruim entre Rosenstein e Trump, que estão em desacordo sobre a investigação russa.
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