Exclusão social está por trás dos ataques armados no norte de Moçambique, diz pesquisador
Maputo, 22 mai (Xinhua) -- Um pesquisador moçambicano disse que a exclusão social é a principal razão por trás dos ataques armados esporádicos liderados por um grupo de auto nomeados Islamitas na província nortenha de Cabo Delgado, desde outubro do ano passado.
O anúncio foi feito na terça-feira, em Maputo, pelo comentador e pesquisador político, João Pereira, durante o lançamento de um relatório de pesquisa intitulado "Radicalização islâmica no norte de Moçambique: o caso de Mocímboa da Praia".
"De acordo com nossa pesquisa de campo, descobrimos que os jovens que formaram o grupo se sentem socialmente excluídos, se sentem excluídos das políticas do país", disse Pereira à imprensa.
Pereira disse que os jovens que se juntam ao grupo sentem vontade de ter uma nova família com a qual possam desafiar as autoridades.
Ele disse que o grupo tem várias unidades em várias partes da África, incluindo Cabo Delgado de Moçambique, Tanzânia, Quênia e Somália e há líderes espirituais dos três países estrangeiros para treinar os membros da unidade em Moçambique.
"Internamente, os jovens armados foram treinados pelos ex-agentes da Polícia da República de Moçambique, que foram expulsos da corporação e guardas de fronteira", disse ele.
De acordo com o relatório, o grupo não tem um manifesto ou mensagem clara, mas tudo indica que o Islã não está sendo seguido corretamente e que o dinheiro para financiar suas atividades vem de fontes ilícitas.
"Eles proíbem a educação formal das crianças e a substituem por uma educação corânica, e mudam as atitudes das mulheres em relação às roupas", diz o relatório.
"Como eles estão em áreas ricas em recursos minerais, eles fazem o contrabando de madeira, marfim e rubis", disse Pereira, acrescentando que eles também recebem doações de dentro e de fora do país.
No início deste mês, mais de 200 suspeitos relacionados com o grupo armado foram acusados pelo procurador da província de Cabo Delgado.
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