Empresa de energia portuguesa nega culpa após investigação de incêndios florestais

2018-03-22 15:50:38丨portuguese.xinhuanet.com

Lisboa, 21 mar (Xinhua) -- A EDP, a principal concessionária de eletricidade de Portugal, negou, na quarta-feira, toda a responsabilidade por ter causado incêndios florestais devastadores na área da Lousã, em outubro passado.

"Dadas as informações disponíveis para a EDP sobre o comportamento de suas linhas de eletricidade nos dias em que os incêndios ocorreram em outubro, podemos afirmar inequivocamente que nenhum incêndio foi causado por árvores caindo em nossos cabos de rede na área da Lousã", disse a empresa em um comunicado enviado à agência de notícias portuguesa Lusa.

A negação veio depois que uma investigação independente sobre as centenas de incêndios florestais que aconteceram em Portugal em outubro passado entregou seu relatório ao parlamento na terça-feira.

O relatório constatou que 375 incêndios ocorreram durante três dias, de 15 a 17 de outubro, abrangendo oito distritos e causando 48 mortes.

Mais da metade dos incêndios foram causados intencionalmente (40%) ou por negligência (20%). Os outros 40% envolveram incêndios já extintos que se reiniciaram.

O incêndio que atingiu Lousã, uma cidade no centro de Portugal, 210 km a norte de Lisboa, foi classificado como negligência.

Citando fontes do Instituto da Natureza e Conservação Florestal (ICNF), o relatório concluiu que o incêndio em Portugal iniciou com a queda de uma árvore em uma linha de eletricidade de média tensão. Acrescentou que era da responsabilidade da EDP garantir que as árvores fossem cortadas a uma distância segura de todos esses cabos.

Esta é a segunda vez que a EDP é acusada de causar incêndios florestais por negligência em 2017, em Portugal.

Uma comissão independente considerou a EDP igualmente responsável pelo incêndio florestal que assolou a área do Pedrógão Grande em junho de 2017, tirando 66 vidas.

O incêndio de Lousã não produziu mortes, mas causou prejuízos de 50 milhões de euros.

Além desse tipo de negligência pela qual a EDP é acusada, muitos incêndios foram causados por pessoas queimando pastagens para renovar a terra para a agricultura. Feito de forma casual em um dia de temperaturas e ventos fortes, esses incêndios logo ficaram fora de controle.

O relatório sugeriu que os 40% de incêndios provocados por incêndios que reacenderam após apagados, podem ser evitados no futuro, melhorando os métodos de combate a incêndios e os serviços de vigilância.

No entanto, os 40% que foram iniciados deliberadamente representam mais uma dor de cabeça, sendo as ações dos incendiários imprevisíveis e incompreensíveis.

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