Entrevista: Defensor climático dos EUA elogia esforços da China na luta contra mudanças climáticas

2017-08-04 16:50:35丨portuguese.xinhuanet.com

Por Wang Jiangang

Organização das Nações Unidas, 3 ago (Xinhua) -- O chefe de um grupo de pesquisa em mudanças climáticas dos EUA elogiou nesta quinta-feira os esforços feitos pelo governo chinês para lidar com as mudanças climáticas, enquanto advertiu que a retirada dos EUA do acordo climático de Paris prejudica a economia norte-americana.

"A China tem um programa muito abrangente para abordar a mudança climática," afirmou Ken Berlin, presidente e diretor executivo do Projeto Climate Reality, à Xinhua, durante a "Cúpula da Parceria Global da JCI de 2017", patrocinada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

"Seu trabalho é reduzir a dependência do carvão," disse ele, observando que "a China está completamente no caminho certo."

"No nível mundial, você está mostrando uma boa liderança," disse Berlin, acrescentando que o governo chinês é muito "progressista" em seus esforços para lidar com as mudanças climáticas, citando o exemplo de que o país tem um ótimo plano quinquenal para seu desenvolvimento de energia renovável.

A Cúpula JCI Global Partnership é um evento anual onde os jovens se unem com líderes de negócios, sociedade civil e governo para explorar os maiores desafios do nosso tempo e criar soluções sustentáveis.

Ao falar muito dos esforços feitos pelo governo chinês, Berlin criticou a administração de Trump por sua retirada do Acordo de Mudanças Climáticas de Paris, dizendo que ele não entendeu por que Trump decidiu sair do acordo, duvidando que não fosse por motivos "ideológicos" ou outras razões.

"A indústria de combustíveis fósseis, e em particular a indústria do carvão, não está crescendo nos Estados Unidos. Mas, enquanto isso, a energia renovável está crescendo muito, muito rapidamente. Então, se você desencorajar a energia nova e renovável, você perderá uma grande oportunidade," disse Berlin.

"Então, eu acho que ele (o presidente Trump) está no caminho errado, já que sua decisão prejudicará a economia e os empregos nos EUA," ressaltou.

Citando um relatório do Citibank, Berlin disse que "não tomar medidas sobre as mudanças climáticas custaria ao mundo 44 trilhões de dólares americanos em 2060".

"De acordo com o mesmo relatório, se nós fizermos a transição para uma economia de energia limpa, o mundo economizaria cerca de 1,8 trilhões de dólares americanos até 2040," disse ele.

De acordo com Berlin, existem mais de 2,6 milhões de empregos nos Estados Unidos nos setores de eficiência energética, solar e eólica.

O setor de energia renovável dos EUA empregou cerca de 777 mil pessoas em 2016, disse ele.

Ele disse à cúpula que há duas vezes mais empregos no setor de energia solar do que de carvão nos Estados Unidos e o investimento em energia limpa pode gerar 6 milhões de postos de trabalho até 2050.

A transição para uma economia de baixo carbono proporcionaria um ganho acumulado através do aumento do PIB no valor de 19 trilhões de dólares americanos até 2050.

Portanto, Berlin convidou todos os países a aderir ao Acordo de Mudança Climática de Paris e tomar medidas imediatas para apoiar o pacto climático.

As pessoas devem "se envolver em campanhas para apoiar a ação climática", "entrar em contato com seus representantes eleitos para que eles saibam o quão importante são as ações climáticas e o quão importante é o Acordo de Paris", "reduzir sua emissão de carbono ao mudar para energia renovável, reduzindo o transporte e comendo menos carne".

O importante é que todas as pessoas "conversem com as que negam as mudanças climáticas," disse ele.

O Projeto Realidade Climática é um grupo diversificado de indivíduos apaixonados que se uniram para resolver o maior desafio de nosso tempo. O ex-vice-presidente dos EUA, Al Gore, gasta a maior parte do tempo como presidente do projeto, que não tem fins lucrativos e se dedica à solução da crise climática.

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