Beijing, 25 nov (Xinhua) -- o XIV Fórum Acadêmico de Alto Nível China-América Latina, sob o tema "Construindo uma comunidade com um futuro compartilhado entre China e América Latina: Experiências de modernização e caminhos para desenvolvimento ecológico da China e dos países latino-americanos", foi aberto nesta segunda-feira, na Universidade Sun Yat-sen, em Guangzhou, capital da Província de Guangdong, no sul da China.

O evento, que durou dois dias, contou com a participação online e presencial de funcionários e acadêmicos chineses e latino-americanos, bem como de funcionários das Nações Unidas e de organizações internacionais da região América-Latina.

Composto por cinco sessões, o fórum foca em temas como a modernização chinesa e o desenvolvimento industrial latino-americano, as experiências de governança e modelos de modernização na China e nos países latino-americanos, assim como a ascensão do Sul Global e a reestruturação da ordem internacional.

O representante especial do governo chinês para assuntos latino-americanos, Qiu Xiaoqi, enfatizou que o caminho da modernização ecológica da China demonstra que o desenvolvimento econômico e a proteção ambiental podem ser promovidos de forma coordenada e se reforçar mutuamente.

Portanto, a China está disposta a fortalecer o alinhamento das estratégias de desenvolvimento com os países latino-americanos, aprofundar a cooperação bilateral em desenvolvimento ecológico e impulsionar os respectivos processos de modernização, indicou Qiu.

O secretário-executivo da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe das Nações Unidas, José Manuel Salazar-Xirinachs, participando por vídeo, destacou a grande importância da cooperação entre a América Latina e a China para a modernização dos países latino-americanos, e acrescentou que as duas partes compartilham muitas compreensões comuns sobre os conceitos de desenvolvimento.

Tania Teixeira, presidente do Conselho Federal de Economia do Brasil, manifestou que o Brasil planeja compartilhar sua experiência em desenvolvimento inclusivo, bioeconomia e políticas públicas sustentáveis com os países do Sul Global por meio da cooperação Sul-Sul, e aproveitar a sabedoria de países com condições nacionais semelhantes.

Xie Wenze, pesquisador do Instituto de Estudos Latino-Americanos da Academia Chinesa de Ciências Sociais (CASS, sigla em inglês), analisou o aprendizado mútuo e a relação simbiótica entre a modernização chinesa e a industrialização latino-americana.

Ele indicou que o fortalecimento dos intercâmbios e da cooperação em experiências de modernização entre a China e a América Latina não só corresponde aos interesses comuns de ambas as partes, mas também fornecerá referências importantes para que os países em desenvolvimento explorem caminhos para a modernização.

Por sua vez, Chen Yuanting, pesquisadora associada do Instituto de Estudos Latino-Americanos da CASS, sugeriu que a cooperação entre a China e a América Latina deve transcender os paradigmas existentes, explorar ativamente a "criação de caminhos" e construir conjuntamente um "novo equilíbrio" para o futuro.

Os participantes também discutiram em profundidade temas como a cooperação de alta qualidade no âmbito da Iniciativa Cinturão e Rota e a transição ecológica na América Latina, os intercâmbios entre povos e o aprendizado mútuo entre as civilizações da China e da América Latina.

O fórum foi organizado conjuntamente pelo Instituto de Estudos Latino-Americanos, Secretaria do Conselho dos Grupos de Especialistas de Alto Nível, Editora de Ciências Sociais da China e pela Universidade da CASS.

Iniciado em 2012, o fórum é uma iniciativa conjunta do Instituto de Estudos Latino-Americanos da CASS, da Editora de Ciências Sociais da China e de universidades latino-americanas, como a Universidade Estadual Paulista (Brasil), a Universidade Nacional de Córdoba (Argentina) e a Universidade Andrés Bello (Chile).

Durante a cerimônia de abertura, também foi inaugurado o Centro de Estudos Brasileiros do Instituto de Estudos Internacionais e Regionais da Universidade Sun Yat-sen.