Encerrada COP30 com forte mensagem de continuidade da cooperação climática-Xinhua

Encerrada COP30 com forte mensagem de continuidade da cooperação climática

2025-11-24 09:56:15丨portuguese.xinhuanet.com

Belém, Brasil, 23 nov (Xinhua) -- A COP30 encerrou-se na noite de sábado em Belém com uma forte mensagem de continuidade da cooperação climática, apesar do clima político internacional adverso e da pressão acumulada após duas semanas de intensas negociações.

Na sessão plenária final, o presidente da conferência, o brasileiro André Corrêa do Lago, afirmou que o processo demonstrou que, mesmo em um contexto de tensões globais e crescente desinformação, os países "não estão abandonando o multilateralismo climático" e permanecem comprometidos com a preservação e o fortalecimento do Acordo de Paris.

Corrêa do Lago observou que Belém alcançou "um roteiro concreto para acelerar a ação climática nesta década crucial", embora tenha reconhecido que questões-chave, como a transição energética, o financiamento e a adaptação, continuarão sob pressão em 2026.

O presidente da COP30 enfatizou que, apesar do incêndio que forçou a evacuação do local principal dias antes, as delegações demonstraram "resiliência e espírito de cooperação" para retomar rapidamente os trabalhos técnicos e políticos. Ele expressou gratidão pelo "mutirão" - o esforço coletivo inspirado na palavra indígena adotada pela Presidência - que permitiu a finalização de um conjunto equilibrado de decisões em meio ao complexo cenário global.

Na coletiva de imprensa de encerramento, o secretário executivo da ONU para Mudanças Climáticas, Simon Stiell, afirmou que a COP30 "mostrou que a cooperação climática está viva e forte, mantendo a humanidade na luta por um planeta habitável, apesar dos ventos contrários da política".

Stiell enfatizou que, embora um país tenha recuado, "194 países permaneceram firmes e unidos, inabaláveis em apoio ao processo climático", enviando um poderoso sinal político sobre a continuidade do multilateralismo climático.

O representante destacou que o texto do chamado "mutirão" reafirmou unanimemente que o Acordo de Paris "está funcionando" e que o limite de 1,5 grau "continua sendo o objetivo central". Ele também enfatizou que os países concordaram que "a transição para baixas emissões e desenvolvimento resiliente é irreversível", uma mensagem que, segundo ele, reflete tanto o consenso político quanto as forças de mercado, com investimentos em energias renováveis já sendo o dobro dos destinados a combustíveis fósseis.

O chefe da ONU para Mudanças Climáticas afirmou que o Pacote da Agenda de Belém trouxe resultados concretos com impacto imediato na vida de milhões de pessoas, incluindo a mobilização de US$ 1 trilhão para redes de energia limpa; a proteção ou restauração de centenas de milhões de hectares de florestas, terras e oceanos; e o fortalecimento da resiliência para mais de 400 milhões de pessoas. "Essas conquistas não são um mero detalhe; são progressos reais em questões que bilhões de pessoas consideram essenciais", declarou.

Stiell também delineou os principais elementos do texto negociado: o acordo unânime sobre uma transição justa, igualdade de gênero e triplicação do financiamento para adaptação; o convite a todas as partes interessadas para "acelerar e ampliar a ação climática em todo o mundo"; e o compromisso dos países em avançar na implementação de seus planos climáticos nacionais, "com vistas a acelerá-los e a fazer mais em conjunto e de forma cooperativa".

Ele reconheceu, no entanto, que vários países desejavam maior ambição no financiamento climático e na resposta a desastres. "Com ou sem instrumentos de orientação, nossa direção é clara: a transição para energias renováveis e resiliência é imparável", afirmou.

A Presidência brasileira encerrou a conferência enfatizando a importância de manter a ação climática no centro da agenda global para além dos dias de negociação. Corrêa do Lago declarou que o espírito de cooperação que caracterizou a COP30 deve guiar os trabalhos rumo a 2026, quando os países deverão demonstrar progressos mais significativos na implementação de seus compromissos nacionais e na mobilização de recursos para enfrentar uma crise climática que se agrava a cada ano.

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