Entrevista: Maior integração e maior demanda interna contribuem para o crescimento sustentável da Ásia, diz funcionário do FMI-Xinhua

Entrevista: Maior integração e maior demanda interna contribuem para o crescimento sustentável da Ásia, diz funcionário do FMI

2025-10-31 10:08:34丨portuguese.xinhuanet.com

Krishna Srinivasan, diretor do Departamento da Ásia e do Pacífico do FMI, fala durante entrevista à Xinhua em Washington, D.C., Estados Unidos, em 17 de outubro de 2025. (Xinhua/Li Rui)

Por Xiong Maoling, Xie E e Hu Yousong

Washington, 29 out (Xinhua) -- Maior integração regional e maior demanda interna contribuem para sustentar um crescimento econômico forte e sustentável na Ásia, disse um funcionário do Fundo Monetário Internacional (FMI), pedindo que as economias da região intensifiquem seus esforços nesses aspectos em meio às tensões comerciais, para garantir que a Ásia continue sendo uma grande potência de crescimento global.

Fóruns como a Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC, na sigla em inglês) podem gerar o tipo de integração regional que ela precisa, disse em entrevista recente à Xinhua, Krishna Srinivasan, diretor do Departamento da Ásia e do Pacífico do FMI.

De acordo com a última previsão do FMI, a Ásia deverá crescer 4,5% em 2025 e 4,1% no próximo ano.

"Houve alguns fatores muito favoráveis ​​que explicam por que a Ásia cresceu muito mais rápido do que prevíamos em abril", disse Srinivasan. "Primeiro, porque... as tarifas estão mais baixas do que o previsto em abril, e as exportações têm sido muito fortes".

"Países de toda a região têm fornecido apoio macroeconômico, tanto fiscal quanto monetário", continuou ele.

"E, por fim, as condições financeiras têm sido muito favoráveis", concluiu ele.

Apesar da resiliência econômica da Ásia, o representante do FMI observou que os riscos de queda permanecem.

"Ainda existem grandes tensões (comerciais), que podem ressurgir. Isso pode prejudicar as perspectivas na Ásia", disse Srinivasan, observando que a Ásia está altamente integrada à cadeia de suprimentos global e é particularmente vulnerável a tensões comerciais.

As condições financeiras podem se tornar mais restritivas, observou ele, acrescentando que, se as taxas de juros começarem a subir, a região poderá enfrentar vulnerabilidades relacionadas à dívida.

Ele incentivou os países asiáticos a fornecerem apoio fiscal direcionado a empresas e pessoas gravemente afetadas em certos setores e a flexibilizarem a política monetária para apoiar a economia quando a inflação estiver abaixo da meta.

Na Perspectiva Econômica Regional para a Ásia e o Pacífico, divulgada em Hong Kong na sexta-feira, o FMI disse que, embora a Ásia esteja no centro da reestruturação da política comercial global, ela continuará sendo o maior motor do crescimento global, contribuindo com cerca de 60% este ano e no próximo.

Para sustentar um crescimento forte e duradouro, disse o FMI, a Ásia deve se reequilibrar mais em direção à demanda interna e fortalecer a integração regional.

"Em um ambiente onde possa haver menos demanda externa... digamos, da Europa e dos Estados Unidos", a Ásia precisa depender mais da demanda interna, porque os mercados são enormes, disse Srinivasan, citando os exemplos da China, da Indonésia e da Índia.

Srinivasan também observou que apenas 30% da demanda asiática por bens finais vem da própria região, enquanto o restante vem da União Europeia e dos Estados Unidos.

"Portanto, se houver maior integração dentro da região, tanto em termos de bens intermediários quanto de demanda final, haverá um mercado maior, o que gerará crescimento e ajudará a consolidar a durabilidade e a força do crescimento no futuro", disse ele.

Sobre a cooperação entre a China e os Estados Unidos no âmbito da APEC, o representante do FMI disse que essas são as duas maiores economias do mundo, responsáveis ​​pela maior demanda por bens, incluindo bens intermediários, entre outros produtos.

"Portanto, quando há duas grandes economias e maior cooperação entre elas, o mundo é beneficiado", concluiu ele.

Krishna Srinivasan, diretor do Departamento da Ásia e do Pacífico do FMI, fala durante entrevista à Xinhua em Washington, D.C., Estados Unidos, em 17 de outubro de 2025. (Xinhua/Li Rui)

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