Entrevista: Ex-chefe da ONU pede que APEC defenda multilateralismo e cooperação regional-Xinhua

Entrevista: Ex-chefe da ONU pede que APEC defenda multilateralismo e cooperação regional

2025-10-28 10:40:40丨portuguese.xinhuanet.com

Ban Ki-moon, presidente do Fórum de Boao para a Ásia e ex-secretário-geral da ONU, fala durante uma entrevista à Xinhua em Seul, Coreia do Sul, em 1º de outubro de 2025. (Xinhua/Yao Qilin)

Seul, 26 out (Xinhua) -- A Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC, na sigla em inglês) deve liderar a cooperação econômica e a prosperidade compartilhada na região, defendendo o multilateralismo e trabalhando em conjunto em ações climáticas, estabilidade da cadeia de suprimentos e padrões digitais, disse Ban Ki-moon, presidente do Fórum de Boao para a Ásia e ex-secretário-geral da ONU.

Em entrevista recente à Xinhua, antes da 32ª Reunião de Líderes Econômicos da APEC em Gyeongju, que acontece de sexta-feira a sábado, Ban espera que o encontro gere resultados práticos e voltados para o futuro, injetando novo ímpeto no desenvolvimento e na cooperação global. Esta é a primeira vez em 20 anos que a Coreia do Sul sedia a reunião, desde a sessão de 2005 na cidade portuária de Busan, no sudeste do país.

Fundada em 1989, a APEC tem servido como uma importante plataforma para a cooperação econômica regional, promovendo o comércio e o investimento livres e abertos, capacitando as economias em desenvolvimento e apoiando o crescimento sustentável, disse Ban, alertando que o multilateralismo, essencial para a construção de um futuro mais pacífico, justo e sustentável, está "sob crescente pressão".

Ban disse que a Iniciativa de Governança Global do presidente chinês Xi Jinping, proposta na cúpula da Organização de Cooperação de Shanghai em Tianjin este ano, chegou no momento certo, observando que a iniciativa defende a equidade, a inclusão e o respeito à soberania, promove a multipolaridade e as parcerias, e destaca a cooperação em desafios globais como mudanças climáticas, segurança alimentar, transformação digital e saúde pública. Ela também traz energia política para o Sul Global, acrescentou ele.

À medida que o mundo comemora o 80º aniversário das Nações Unidas este ano, Ban disse que a iniciativa complementa a Iniciativa ONU80. Combinar esses dois aspectos, disse ele, poderia ajudar a fortalecer a legitimidade do sistema multilateral, mobilizar melhor recursos, tecnologia e vontade política, e reduzir a lacuna entre países desenvolvidos e em desenvolvimento para construir um sistema de governança mais justo e responsivo.

Ban alertou que o crescente unilateralismo e protecionismo estão minando o espírito de cooperação internacional que sustenta as Nações Unidas, dizendo que a China pode desempenhar um papel "independente e construtivo" na defesa do multilateralismo e no avanço da reforma da governança global.

Como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU e segunda maior economia do mundo, a China tem atuado como uma ponte, promovendo a cooperação Sul-Sul, impulsionando a Iniciativa Cinturão e Rota e participando ativamente de missões de paz, disse ele.

Esses esforços, acrescentou Ban, ampliaram a voz do Sul Global e tornaram a governança global mais representativa.

Ele disse que o investimento contínuo da China em energias renováveis, inovação tecnológica e cooperação em saúde pública possibilitou o fornecimento de bens públicos globais.

A liderança da China na ação climática, na governança digital e na saúde pública demonstra que somente trabalhando juntos o mundo conseguirá superar os desafios, concluiu ele.

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