Relatório da ONU diz que dois terços das pessoas continuarão sofrendo de insegurança hídrica após 2030 sem ação radical-Xinhua

Relatório da ONU diz que dois terços das pessoas continuarão sofrendo de insegurança hídrica após 2030 sem ação radical

2023-03-26 14:48:01丨portuguese.xinhuanet.com

Menina lava o rosto com água em bica de pedra em Lalitpur, Nepal, no dia 22 de março de 2023, o Dia Mundial da Água. (Foto por Hari Maharjan/Xinhua)

-- De acordo com um relatório da ONU, 78% da população global, ou cerca de 6,1 bilhões de pessoas, vivem atualmente em países com falta de água.

-- Um total de 23 países, sendo 16 países menos desenvolvidos (LDCs) e sete pequenos estados insulares em desenvolvimento (SIDS), sofrem de insegurança hídrica crítica.

Nações Unidas, 23 mar (Xinhua) -- Dois terços da população mundial continuarão vivendo em insegurança hídrica após 2030 nenhuma medida radical for tomada, alertaram especialistas em água da ONU em um relatório publicado na quinta-feira.

"A menos que uma ação radical seja tomada, esta avaliação indica que dois terços da população mundial continuarão vivendo com insegurança hídrica após 2030", avisou o The Global Water Security 2023 Assessment, liderado por especialistas do instituto da Água, Ambiente e Saúde da Universidade das Nações Unidas (UNU-INWEH).

O UNU-INWEH, também conhecido como UN Think Tank on Water e criado em 1996, é membro da família de organizações UNU.

O relatório, divulgado no segundo dia da Conferência da Água da ONU de 2023, "fornece uma comparação multidimensional do estado da segurança hídrica que afeta 7,8 bilhões de pessoas em 186 países no meio da Década de Ação pela Água (2018-2028) e da Agenda 2030 para Sustentabilidade Desenvolvimento".

Um comunicado de imprensa que acompanha o lançamento do relatório afirma que o mundo está longe de alcançar o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 6, que visa garantir que todas as pessoas tenham acesso a água potável e saneamento.

"Sem segurança hídrica, os países são simplesmente incapazes de apoiar ecossistemas de água doce, meios de subsistência e bem-estar humano", disse Charlotte MacAlister, principal autora do relatório e pesquisadora sênior de segurança hídrica da UNU-INWEH. "Esta avaliação global destaca os desafios de desenvolvimento significativos nos quais as discussões políticas devem se concentrar nos sete anos restantes para cumprir o ODS 6".

Com base na avaliação publicada pela UNU-INWEH, os formuladores de políticas estão focados principalmente na mitigação da escassez de água em todo o mundo. Os autores argumentam que essa interpretação reducionista da segurança hídrica "desviou o mundo do cumprimento do ODS 6 até 2030".

Família senta em abrigo no condado de Turkana, Quênia, atingido pela seca, no dia 11 de outubro de 2022. (Foto por John Okoyo/Xinhua)

Para fornecer um entendimento mais realista da situação da segurança hídrica em todo o mundo, o relatório da ONU avaliou a segurança hídrica em 10 componentes ou dimensões, incluindo água potável, saneamento, boa saúde e qualidade da água, entre outros.

Os resultados são preocupantes: 78% da população global, ou cerca de 6,1 bilhões de pessoas, vivem atualmente em países com falta de água.

De acordo com o comunicado, as principais conclusões da avaliação global incluem:

-- Um total de 23 países, sendo 16 países menos desenvolvidos (LDCs) e sete pequenos estados insulares em desenvolvimento (SIDS), sofrem de insegurança hídrica crítica;

-- No total, apenas 33 países de três regiões geográficas têm segurança hídrica;

-- Mais de 70%, cerca de 5,5 bilhões, não têm acesso à água potável, com a África tendo os níveis mais baixos de acesso, com apenas 15% da população da região;

-- Quase 31%, mais de 411 milhões de pessoas, nos 54 países africanos, incluindo 33 LDCs e seis SIDS, não têm acesso a um serviço básico de água potável. Apenas 201 milhões de pessoas (15%) têm acesso a água potável gerenciada com segurança;

-- Os países em risco de inundações e secas têm agravado os desafios que ameaçam sua segurança econômica. Por região, a África tem a maior quantidade de países com alto risco de inundações e secas, enquanto também vê o crescimento acelerado da população, urbanização e industrialização.

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