Exportações do agronegócio para Ásia salvaram economia brasileira no primeiro semestre, afirma ministro

Rio de janeiro, 10 ago (Xinhua) -- O ministro da Economia do Brasil, Paulo Guedes, afirmou nesta segunda-feira que as exportações do agronegócio no primeiro semestre, principalmente para a Ásia, evitaram que a economia do país sofresse um impacto ainda maior causado pela pandemia da COVID-19.

Em um evento organizado pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Guedes disse que a retomada da economia dos países asiáticos manteve as exportações brasileiras do agronegócio quase no nível do mesmo período do ano passado e, com isso, supriram a forte queda dos embarques para os Estados Unidos, Europa e Argentina.

"O povo do campo é tão forte que mantivemos (as vendas) para a China, para a Ásia", ressaltou Guedes, para quem a atuação do setor agropecuário "foi extraordinaria", porque conseguiu também manter o país abastecido.

"Está muito claro que o Brasil tem uma vantagem comparativa muito forte no agronegócio. O país tem abundância de recursos hídricos e de solo, além de dominar uma tecnologia que permite três safras por ano. Somos uma potência agrícola não só do presente, como também do futuro", afirmou o ministro.

Segundo os dados do Ministério da Economia, o valor das exportações brasileiras no primeiro semestre caiu 6,4% com relação ao mesmo período do ano passado, embora as vendas do setor agropecuário subiram 23,8% na mesma comparação.

Guedes disse que devido à pandemia da COVID-19, esperava-se que o Produto Interno Bruto (PIB) fosse cair cerca de 10%, com 3,5% provocado pelo "choque externo", mas que, finalmente, isso não aconteceu graças às exportações do agronegócio.

Em outro momento do evento, Guedes disse que o governo apoiará "a rota de modernização da agricultura brasileira" e ressaltou que o governo já não controla os preços do agronegócio, algo que, segundo ele, causou uma "hiperinflação" no passado.

"Com a esperança de ajudar o campo, deixamos o país em um período de hiperinflação, algo que foi muito ruim para o Brasil", comentou Guedes, para quem, a melhor forma de proteger os preços dos produtos agrícolas que sofrem com as intempéries e evoluir com a oferta de seguros e do uso dos mercados futuros contra flutuações de preços.