Conspirações sobre o coronavírus estar relacionado a laboratório vão contra os fatos, diz diretor do laboratório de Wuhan

2020-06-04 11:01:12丨portuguese.xinhuanet.com

Beijing, 4 jun (Xinhua) -- As alegações de que o novo coronavírus foi produzido pelo homem ou vazou do Laboratório Nacional de Biossegurança da China no Instituto de Virologia de Wuhan (WIV, em inglês) são totalmente contrárias aos fatos, afirmou o diretor do laboratório Yuan Zhiming.

Pesquisas em todo o mundo sobre o genoma do novo coronavírus não mostraram evidências de modificação artificial no vírus. Esses estudos indicaram ainda que sua estrutura, que é a base da reconstrução do genoma, é totalmente diferente de qualquer vírus conhecido.

"Projetar e criar um vírus, completamente desconhecido até então, está além das capacidades existentes de qualquer laboratório de nosso instituto", disse Yuan recentemente à Xinhua.

"Nunca participamos de projetos e da criação de um novo vírus e nunca faremos isso", afirmou ele.

Muitas das principais revistas acadêmicas internacionais, incluindo a Lancet e a Nature Medicine, publicaram estudos sobre a fonte do vírus, apontando que não há evidências de que o SARS-CoV-2 tenha sido desenvolvido em laboratório.

Estabelecido em janeiro de 2015, o Laboratório Nacional de Biossegurança, o primeiro laboratório de alto nível de biossegurança da China a estudar patógenos da classe quatro (P4), desempenhou um papel crucial para fortalecer a capacidade do país de prevenir e controlar vírus virulentos.

Sendo um dos dezenas de laboratórios P4 com o mesmo nível de biossegurança operando em todo o mundo, o laboratório P4 de Wuhan vem passando por todos os tipos de inspeções rigorosas que atendem aos padrões internacionais, disse Yuan.

De acordo com ele, o laboratório participa ativamente da cooperação internacional em tecnologia científica e compartilha informações e dados de pesquisa de forma oportuna, além de publicar artigos e participar de conferências.

Em 12 de janeiro, o WIV, como uma das agências designadas da Comissão Nacional de Saúde, submeteu a sequência do genoma do novo coronavírus à Organização Mundial da Saúde.

Quando os pesquisadores do WIV detectaram medicamentos existentes com efeitos inibitórios razoavelmente bons sobre o vírus em nível celular, eles publicaram as pesquisas em revistas acadêmicas internacionais no início de fevereiro.

Eles também participaram ativamente de teleconferências internacionais sobre a COVID-19 para compartilhar as informações mais recentes de pesquisa com seus colegas estrangeiros.

No ano passado, o WIV realizou duas conferências internacionais e recebeu mais de 70 acadêmicos de todo o mundo. Como membro do Grupo de Diretores de Laboratórios de Alta Contenção (GOHLD, em inglês), o instituto realizou uma profunda cooperação internacional e intercâmbios com muitos países, incluindo França, Estados Unidos e Alemanha, segundo Yuan.

Ele explicou que o rastreamento da origem do vírus é uma tarefa científica desafiadora com muitas incertezas e é improvável que seja encontrada uma resposta em um curto espaço de tempo.

"Espero que todos possam deixar de lado seus preconceitos e acreditar na ciência e nas provas para criar um ambiente racional de pesquisa e rastrear a origem do vírus", assinalou.

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