Especial: O mundo fica mais doce com as portas da China mais abertas

2017-03-16 10:50:43丨portuguese.xinhuanet.com

Beijing, 16 mar (Xinhua) -- Arroz da Tailândia, mirtilos do Chile, frutos do mar da Austrália, vinho francês... Zheng Meiqin é um dos muitos novos especialistas em mercadorias importadas no supermercado local dela.

Na loja localizada na cidade de Fuzhou, no leste da China, Zheng, de 50 anos, implementa uma política de compras prudente mas proativa.

"Adoro uma ampla variedade de frutas, mas a melhor oferta está na cerveja da Alemanha e leite australiano, que são inclusive mais baratos que algumas marca nacionais", indicou.

Uma grande parte dos utensílios domésticos de Zheng também foi importada, desde um fogão elétrico da Sanyo a uma máquina de lavar roupa da Siemens.

Nos anos 1980, quando os produtos importados eram incomuns na China, o custo de uma televisão japonesa era quase 15 vezes a renda mensal de uma pessoa.

Os consumidores de classe média como Zheng são os que se beneficiam mais do mercado chinês cada vez mais aberto prometido pelo primeiro-ministro Li Keqiang no discurso que fez em 5 de março na abertura da sessão anual do mais alto órgão legislativo do país.

De acordo com Li, a China está se dedicando a uma abertura "de nível mais profundo e mais elevado".

Isso significa enorme melhora no ambiente para os investidores estrangeiros. Em geral, haverá mais oportunidades para os investimentos nas indústrias primária, secundária e terciária. As companhias estrangeiras poderão ser listadas nas bolsas chinesas e emitir bônus, além de participar dos projetos nacionais de ciência e tecnologia.

Li prometeu que as empresas estrangeiras terão igualdade quanto às solicitações de licenças, padrões e procedimentos governamentais.

"Em um momento em que o isolamento e o protecionismo estão em aumento no Ocidente, a abertura da China servirá de referência para uma globalização continuada", disse um dos legisladores, Ou Chengzhong.

UMA TERRA DE LEITE E DISNEY

O mercado aberto está adoçando a vida na China de todas as formas imagináveis.

No nordeste, o primeiro trem de carga procedente da Europa atravessou a fronteira em 2015 carregado de vodca, tiramisú e mel silvestre siberiano. Desde então os produtos russos estão na moda.

A cadeia de supermercados chinesa Yonghui é apenas um dos negócios que se beneficiam da ferrovia de carga internacional Changchun-Manzhouli-Europa, um projeto do Cinturão e Rota.

Deng Nanqi, proprietário de um destes supermercados em Fuzhou, disse que não havia nenhum tipo de produto importado na loja Yonghui quando abriu em 1998. Agora a metade das mercadorias vendidas é importada.

Os preços dos produtos importados caíram desde que se estabeleceu uma zona de livre comércio em Fuzhou, em 2014.

Deng viu um litro do leite importado da Austrália cair de 20 yuans (cerca de US$ 3) para 9 yuans, competindo com muitas marcas nacionais.

Branca de Neve e Mickey Mouse estão ainda mais presentes no coração das crianças chinesas, pois a Disneylândia, com 7 milhões de visitantes até o momento, abriu em junho do ano passado em Shanghai.

ABERTURA EM AMBOS OS SENTIDOS

A China atraiu US$ 130 bilhões no investimento estrangeiro no ano passado, número que representa uma alta anual de 4%.

Nakanishi Minoru, presidente da Kao (China), disse que a companhia japonesa se beneficiou de todos os tipos de apoio governamental durante sua expansão. As políticas favoráveis para a globalização e a expansão do comércio eletrônico trarão ainda mais oportunidades para os investidores estrangeiros, indicou.

Christina Zhu, diretora na China da Fonterra, uma exportadora de lácteos da Nova Zelândia, disse que, apesar de algumas incertezas nos mercados internacionais, a companhia acredita que as políticas chinesas continuam apoiando as empresas estrangeiras.

A Fonterra tem grandes expectativas de que a abertura, o investimento estrangeiro e a reforma estrutural da China resultem em uma situação de benefício mútuo.

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